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Governo Lula III conseguirá manter uma agenda positiva no restante de 2023?

Rodolfo Marques

Luís Inácio Lula da Silva completa, neste dia 19 de julho, 200 dias de sua terceira gestão como presidente do Brasil. Seu governo começou marcado pela escolha dos titulares das pastas ministeriais – com vários nomes importantes e significativos, como Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública); Fernando Haddad (Economia); Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Simone Tebet (Planejamento), entre outros. Por outro lado, algumas composições com grupos partidários causaram estranhamento, embora fossem movimentos necessários

Ainda na transição, o governo conseguiu uma vitória fundamental, com possibilidade de ampliação de gastos públicos para os programas sociais. Na posse, houve muito simbolismo e representatividade, em uma grande festa popular no Palácio do Planalto.

Todavia, o início do Governo Lula III foi marcado pelas tentativas golpistas (8J) por de vândalos e desordeiros que não aceitaram a derrota de Jair Bolsonaro no pleito presidencial de 2022. Houve prejuízos financeiros aos cofres públicos – que ainda precisarão ser ressarcidos pelos responsáveis pela barbárie.  

A relação com o Parlamento, principalmente com a Câmara dos Deputados, também foi – e é – um importante desafio para o governo, com a força do Centrão e sua voracidade por recursos e cargos públicos. Ainda assim, o governo Lula conseguiu encaminhar a reforma tributária, que, mesmo longe de ser perfeita e/ou ideal, dará subsídios para as políticas públicas do governo e avanços em relação ao combate das desigualdades sociais. 

Parte da imprensa que acompanha o cenário político tem se apresentado incomodada com Lula, e já atribuiu o relativo sucesso do governo à “sorte”, enfatizando muito mais os pontos negativos do que positivos. Há várias críticas justas que devem ser feitas, mas parâmetros comparativos também devem ser considerados

A despeito das várias dificuldades, inclusive nas ações da oposição bolsonarista, Lula consegue chegar a 200 dias do governo com motivos para comemorar: nas arenas internacionais, o Brasil voltou a adquirir um certo protagonismo, como liderança regional e espaços como o G-20, após 4 anos praticamente desperdiçados, neste sentido. 

Assim, no restante de 2023, Lula precisará apresentar a sua usual habilidade política, focar na discussão de questões substantivas para o país e fortalecer as parcerias multilaterais, nos campos econômico e diplomático. 

E, para além de tudo isso, a questão econômica vai continuar no topo das prioridades para o governo – assim como tem efeito essencial na percepção da população. O enfrentamento do desemprego, a ampliação do poder de compra da população, a retirada das pessoas da linha da pobreza e a diminuição dos juros estão entre as prioridades imediatas. Caberá a Lula e à sua equipe manter a agenda focada nesses pontos.

Rodolfo Marques