Governo Federal passa por minirreforma ministerial para tentar deter instabilidade política Rodolfo Marques 02.04.21 19h39 O Brasil continua em um cenário de instabilidade política enquanto permanece mergulhado na maior crise sanitária de sua História – a pandemia de Covid-19. Após várias pressões internas e desajustes na comunicação com sua equipe, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) promoveu uma reforma ministerial em praticamente 25% dos nomes, tentando reaglutinar apoios entre si e evitar um crescimento da oposição, hoje personificada na figura do ex-presidente Lula (PT). No ministério da Defesa, entrou o general Braga Netto no lugar do general Fernando Azevedo e Silva. Este já vinha entrando em rota de colisão com o presidente da República e Bolsonaro deslocou para a vaga um nome muito mais alinhado com ele (Braga Netto). O espaço deixado na Casa Civil foi ocupado pelo general Luiz Eduardo Ramos, que era o titular da Secretaria de Governo da Presidência da República. Esta pasta passou a ser chefiada pela deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), que já foi presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. No Itamaraty, o muito desgastado e criticado pela administração pífia (compra das vacinas, negociações sobre o 5G, apequenamento do Brasil nos diálogos externos e alinhamento automático e sem contrapartida aos Estados Unidos de Donald Trump), Ernesto Araújo, deixou o cargo para Carlos Alberto França. A pasta de Justiça e Segurança Pública, então comandada por André Mendonça, passou para a tutela do delegado federal e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. André Mendonça seguiu para a Advocacia-Geral da União, substituindo José Levi Júnior. Essas alterações no primeiro escalão do governo ilustram a instabilidade gerada pelo presidente da República no campo das relações políticas e também pelo gerenciamento ineficaz da pandemia no país. O Centrão, liderado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), ganha ainda mais espaço no governo e margem para negociações. Ato contínuo à troca no Ministério da Defesa, os três comandantes militares – Marinha, Exército e Aeronáutica – se mobilizaram para deixar os respectivos cargos e já foram substituídos. Ainda nesse contexto, aliás, a chegada do general Braga Netto à Defesa gerou um desconforto junto à cúpula militar, exatamente por uma postura muito próxima a Bolsonaro, politizando uma área que, em tese, deveria ter conotação mais técnica. Causaram espécie, aliás, em um espectro mais amplo, as declarações do novo ministro da Defesa em relação à data de 31 de março de 1964 – dia do golpe de estado que fez o Brasil fica sob o período autoritário militar por 21 anos. O general falou que o momento histórico deveria ser compreendido e celebrado, por uma suposta “pacificação do país”, à época. O que se viu, na prática, em 1964, foi um ato antidemocrático, com supressão progressiva das liberdades individuais no país. Nesse mesmo cenário, seis presidenciáveis (Ciro Gomes/PDT, João Dória Júnior/PSDB, Eduardo Leite/PSDB, Luiz Henrique Mandetta/DEM, João Amoêdo/Novo e Luciano Huck/sem partido) assinaram um texto chamado “Manifesto pela Consciência Democrática”, criticando o autoritarismo e enfatizando a necessidade da liberdade. Destarte, o Brasil vive um momento histórico extremamente crítico, marcado pela inoperância da atual gestão nacional em praticamente todos os segmentos e por um debate antecipado a respeito das eleições presidenciais de 2020. As demandas do país pelo enfrentamento da pandemia, pela compra de vacinas e por um maior suporte a grupos socialmente vulneráveis são urgentes – e precisam ser “abraçadas”, efetivamente, pelo governo federal. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave rodolfo marques colunas política COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES RODOLFO MARQUES Debates seguem como ferramenta para escolha eleitoral, mas com cada vez menos impacto 05.10.24 0h06 RODOLFO MARQUES Belém-PA: eleições para prefeitura mobilizam mais as campanhas do que os próprios eleitores 28.09.24 0h14 Rodolfo Marques A pouco mais de um ano da COP-30, Pará luta contra crise climática 20.09.24 14h43 Rodolfo Marques Pesquisas indicam provável segundo turno para as eleições para a prefeitura de Belém 13.09.24 20h18