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Estados do Norte e do Nordeste sofrem com a covid-19. Governo muda um pouco sua estratégia política

Rodolfo Marques

A situação da expansão da pandemia no Brasil vai se tornando mais grave, em especial em algumas regiões do país, como Norte e Nordeste. Amazonas, Pernambuco, Ceará e, agora, o Pará, apresentam índices cada vez mais preocupantes em relação a contaminações e mortes e o sistema de saúde, nesses estados, já está com sinais claros de colapso. Os governadores vêm buscando parcerias a ações emergenciais que possam garantir o distanciamento social e a chegada dos equipamentos para o atendimento das populações, mas é necessário que haja também adesão por parte das pessoas em seguirem as indicações das autoridades da saúde no Brasil e no mundo.

A mudança à frente no Ministério da Saúde, implementada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na quinta-feira (16), buscou um alinhamento maior da pasta às perspectivas do Planalto. O médico Nelson Teich, que assumiu o Ministério, optou, por ora, em fazer menos manifestações públicas e vem focando sua ação em ampliar, ao máximo, a realização de testes rápidos para a detecção da doença.

No âmbito político, o governo, em especial através do núcleo militar, visualizou a necessidade de fazer negociações no Congresso Nacional, para a aprovação de Medidas Provisórias e também para evitar que o processo de impeachment do presidente Bolsonaro tenha algum tipo de andamento na Câmara Federal, como chegou a ser comentado nos bastidores de Brasília.

Um dos políticos que pode ser beneficiado nesse processo de rearticulação política é Roberto Jefferson, presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Jefferson vem fazendo várias declarações públicas a favor do governo e há a possibilidade da indicação de integrantes do PTB para cargos públicos em ministérios e, até mesmo, algum tipo de parceria eleitoral. Bolsonaro também busca reuniões com o MDB (Movimento Democrático Brasileiro). As divergências entre o presidente da República e o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estão, progressivamente, evidentes.

O país continua vivendo um cenário de instabilidade. Ainda há o paradoxo da ação do presidente da República, que continua pregando a volta às atividades normais e a quebra gradativa do chamado isolamento horizontal, único método cientificamente provado para evitar a propagação da doença. De qualquer forma, o Brasil precisa de ações mais efetivas do governo federal para distribuir recursos e implementar políticas públicas na luta contra a crise sanitária, e para o início de um processo de recuperação econômica.

Rodolfo Marques