RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Eleições presidenciais 2022: pesquisas de intenção de voto, reflexões e interpretações

Rodolfo Marques

Sempre em anos eleitorais, tanto no momento da pré-campanha quanto no ambiente das campanhas em si, as pesquisas de intenção de voto ganham protagonismo. Por óbvio, no ambiente democrático, ouvir as tendências, impressões e prioridades da opinião pública (TARDE, 2005) é um grande desafio.

No contexto das eleições presidenciais de 2022, os institutos que mais estão em evidência, retratando os momentos de movimentação do eleitorado, são o Datafolha, o Quaest/Genial, MDA/CNT, PoderData e Ipespe/XP.

A primeira questão a ser avaliada, aqui, reside nas metodologias utilizadas. O tamanho da amostra – e a consequente margem de erro –, a maneira de captar os dados (pessoalmente, por telefone etc.), locais de realização, períodos escolhidos e as questões apresentadas (quantitativas e qualitativas) posicionam cada levantamento em determinados cenários, considerando, a priori, os objetivos da pesquisa e indicando como os dados serão divulgados à sociedade. Nesse quesito, os cinco institutos retrocitados vêm procurando evidenciar os caminhos escolhidos, até mesmo no sentido de fortalecer o critério da credibilidade.

Outro ponto que se pode destacar é a premissa de que pesquisas eleitorais retratam o momento – podendo consolidar tendências, indicando um viés de crescimento ou de queda de um(a) candidato(a) e medindo o grau de interesse do(a) entrevistado(a) no pleito. É como uma “fotografia”, com vários detalhes.

Ao mesmo tempo, ainda mais em eleições complexas e peculiares como as presidenciais de 2022, as pesquisas qualitativas ganham mais espaço, mostrando, por exemplo, o que impacta na decisão de voto, as observações sobre conjuntura, a opinião sobre denúncias de corrupção envolvendo alguma candidatura e a visão sobre a pauta de costumes ou, mesmo, a variável socioeconômica.

Aliás, especificamente sobre o pleito deste ano no Brasil, as demandas socioeconômicas têm aparecido muito nos levantamentos. O desconforto de boa parte dos brasileiros com a alta inflação, com as taxas de desemprego e com a miséria de parcelas significativas da população têm aparecido como questões fundamentais. Capturar essas percepções com discursos políticos, propondo soluções e alternativas viáveis, é um caminho sempre importante no processo de conquista do(a) eleitor(a).

Por fim, fica claro que os números das urnas serão sempre os mais importantes – assim como é relevante fazer uma comparação dos dados das pesquisas mais próximas do pleito com os resultados finais.

E é essencial dizer também que as pesquisas de intenção de voto são instrumentos importantes para o debate político e integram de forma consistente os períodos eleitorais aqui no Brasil. Tudo isso tende a ser revivido no pleito de 2022.

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