A cúpula de Líderes do G20, ocorrida nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, marcou um momento crucial para uma nova etapa de consolidação do país no cenário diplomático global, após um período de isolamento e fragilidade nas relações internacionais durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022. A cúpula do bloco reúne as 19 maiores economias mundiais, mais União Europeia e União Africana.
Sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil vem retomando seu protagonismo, não apenas em questões econômicas e comerciais, mas também em temas globais como a mudança climática, a segurança alimentar e os direitos humanos. Por óbvio, há muito a ser feito pelo Brasil, mas alguns passos importantes vêm sendo dados – e a realização da reunião da Cúpula do G20 no país foi uma oportunidade para reforçar o papel do Brasil como mediador entre diferentes blocos geopolíticos, trazendo uma nova dinâmica de engajamento no multilateralismo e no fortalecimento das relações com potências emergentes e tradicionais.
As presenças de líderes como o presidente chinês, Xi Jinping; o presidente da França, Emmanuel Macron; e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, dentre outros, reforçaram a importância desse tipo de discussão multilateral. O presidente da Argentina, Javier Milei, que está há pouco menos de um ano no cargo, teve uma participação opaca na reunião do G20, ficando alheio a algumas das principais discussões e proposituras.
Com o líder chinês, Lula assinou vários acordos bilaterais, em especial na área da tecnologia. E, com Macron, as discussões avançaram, ainda que com algumas arestas, em relação à parceria entre Mercosul e União Europeia.
Jair Bolsonaro, com sua postura anti-globalista e alinhamento com políticas isolacionistas, afastou o Brasil de fóruns internacionais importantes, enfraquecendo a influência do país em discussões estratégicas. Durante esse período, o Brasil foi visto por muitos como um pária, com sua imagem afetada por políticas ambientais desastrosas, ataques às instituições democráticas e desprezo por tratados internacionais. Essa postura resultou em um período de crescente desconfiança por parte dos parceiros comerciais e diplomáticos, comprometendo o potencial do Brasil nas relações internacionais.
Com a eleição de Lula, em 2022, e sua ascensão ao poder em 2023, o Brasil iniciou um processo de recuperação dessa imagem, focando em uma agenda voltada para a reaproximação com o mundo. A cúpula do G-20 foi um marco nesse sentido, permitindo ao Brasil reafirmar seu compromisso com a democracia, o multilateralismo e o desenvolvimento sustentável. Além disso, a cúpula serviu para avançar nas negociações comerciais, com o Brasil buscando expandir sua participação no comércio global e diversificar suas parcerias econômicas.
A cúpula do G20, como evento diplomático, carregou um certo simbolismo da retomada da política externa do país após o isolamento dos anos Bolsonaro. E o Brasil, com Lula à frente, está reconstruindo sua posição no cenário internacional, trabalhando para fortalecer laços comerciais e diplomáticos e para ser novamente uma voz ativa nas arenas globais.