Bolsonaro perdeu capital político e comprometeu seu futuro eleitoral no início de 2023? Rodolfo Marques 27.01.23 19h50 O ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), vivenciou, nesse mês de janeiro de 2023, o primeiro período sem ocupar mandado público desde o final dos anos 1980. Além de vivenciar um cenário com o que não está acostumado, Bolsonaro parece seguir em uma trajetória errante, desde que deixou o Brasil em 30 de dezembro de 2022, quando ainda ocupava a presidência da República. Com o início do governo Lula, há um realinhamento político das forças e outras prioridades vêm sendo conduzidas pela gestão federal. Ao mesmo tempo, alguns dos pilares de Bolsonaro estão abalados, assim como várias questões referentes a seu governo estão vindo à tona – e comprometendo, progressivamente, o seu capital político. O primeiro marco desse processo de esvaziamento de capital político foi, sem dúvida, o movimento de violência e de vandalismo ocorrido no dia 8 de janeiro, com a invasão e depredação de prédios públicos, revelando a face mais radical e perigosa do bolsonarismo. Esse fato ilustrou a dificuldade de Bolsonaro e de seus apoiadores em respeitar a democracia, ainda muito em consequência do não aceite dos resultados eleitorais de outubro de 2022. Corrobora para essa premissa o fato de Bolsonaro não ter feito a transmissão de cargo para o então presidente eleito, Lula. A quebra do sigilo de 100 anos sobre o uso do cartão corporativo de Bolsonaro durante sua gestão, mostrou um uso indiscriminado e confuso de recursos públicos – inclusive financiando motociatas e atos de campanha eleitoral. O discurso utilizado na campanha eleitoral de 2018 e durante o governo, de que a “mamata” havia acabado, acabou caindo por terra pelos fatos. No dia 21 de janeiro, em visita a Roraima, o presidente Lula visitou a região onde estão grupos de índios Yanomamis. De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, entre 2018 e 2022, 570 crianças da etnia, com menos de 5 anos, morreram, por desnutrição, pneumonia e por outros fatores, como os impactos fortes do garimpo ilegal. O cenário, gravíssimo, evidenciou o descaso do governo federal de então e todo o discurso de Bolsonaro contrário a povos indígenas e à observância de direitos deles como cidadãos brasileiros. O ministério da Justiça e Segurança Pública promete investigar o caso. A situação política de Bolsonaro, que ainda está nos Estados Unidos, pode piorar, com os vários processos que correm na justiça brasileira e que podem culminar na sua inelegibilidade. O próprio presidente da legenda que abriga o ex-presidente, Valdemar Costa Neto, vem acompanhando com atenção o derretimento da força política de Bolsonaro. Diante desse contexto, e com a tendência de que outros fatos referentes ao governo Bolsonaro possam aparecer, ficam os questionamentos: será que ele terá forças para liderar a oposição e se viabilizar como alternativa de direita em 2026? Ou será que ele continuará representando um projeto pessoal de poder, que, apesar de todos os problemas causados – a maioria por ele mesmo e por seus filhos –, parece ainda resiliente e com uma base razoável de apoiadores? Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques Jair Bolsonaro COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES RODOLFO MARQUES Debates seguem como ferramenta para escolha eleitoral, mas com cada vez menos impacto 05.10.24 0h06 RODOLFO MARQUES Belém-PA: eleições para prefeitura mobilizam mais as campanhas do que os próprios eleitores 28.09.24 0h14 Rodolfo Marques A pouco mais de um ano da COP-30, Pará luta contra crise climática 20.09.24 14h43 Rodolfo Marques Pesquisas indicam provável segundo turno para as eleições para a prefeitura de Belém 13.09.24 20h18