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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Bolsonaro e Mandetta mantêm conflitos verbais. Pará ajusta estratégias para enfrentar covid-19

Rodolfo Marques

Mais uma semana se inicia e a pandemia Covid-19 continua se espraiando no Brasil de forma cada vez mais perigosa e dramática. O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), continua em conflito com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. As divergências se ampliam, principalmente, em dois aspectos: as questões político-partidárias, considerando-se o contexto das eleições de 2022; e a condução do país no contexto das crises sanitária e do sistema de saúde em que o país vive hoje.

No domingo (12), Luiz Henrique Mandetta concedeu entrevista exclusiva ao programa “Fantástico”, da TV Globo. Em suas respostas, o ministro enfatizou a necessidade de se manter o isolamento social para evitar a expansão mais rápida do novo Coronavírus, ressaltou não haver “fórmulas mágicas” para tratar a doença e criticou a “dubiedade” de discursos entre as falas do presidente da República e as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das autoridades brasileiras na área da saúde. Mandetta reforçou a importância de que não ocorram aglomerações e que a população tenha muito cuidado com a expansão das notícias falsas.

Houve várias citações indiretas, por parte de Mandetta, aos comportamentos recentes ao presidente da República, mas também ficou claro que o ministro da Saúde não irá pedir demissão.

Pelo lado do presidente, ao “rifar” os integrantes do governo que têm maior destaque junto à opinião pública e ao desdenhar dos efeitos da pandemia, duas estratégias políticas acabam se tornando mais claras. A primeira delas é dizer que a cloroquina deveria ter sido usada desde o início, no contexto (mais provável) de o Brasil ter muitas mortes e casos de contaminação. Se, posteriormente, for comprovada a eficácia do medicamento, Bolsonaro poderia afirmar que tinha razão desde o início. O segundo argumento é que não precisava ter havido a quarentena no país para enfrentar os problemas econômicos, no cenário em que o Brasil não tenha números tão altos como Estados Unidos, Itália e Espanha. Vale ressaltar que ambos os argumentos são frágeis, visto que o isolamento tem sido ação dos estados brasileiros, através da maior parte dos governadores e prefeitos, e que a cloroquina ainda está em fase de testes e não foi autorizada, de forma oficial, em nenhum país do mundo.

No âmbito regional, no Pará, o governador do Estado, Helder Barbalho (MDB), mudou um pouco a estratégia nos atendimentos de pessoas com problemas respiratórios, em especial em Belém. As medidas restritivas para a circulação de pessoas estão ampliadas. E, com a ampliação dos registros no Pronto Socorro Municipal do bairro do Guamá e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Terra Firme, foi reforçada a estrutura para os leitos do Hospital Santa Clara e também para o hospital de campanha montado no Hangar/Centro de Convenções. A ação é emergencial e foi tomada no momento exato, com o objetivo de retardar, ao máximo, a situação de colapso no sistema de saúde no Pará.

Ressalte-se que o governador do Estado cumpre alguns dias de isolamento domiciliar, pois, mesmo com seu teste apresentando resultados inconclusivos, há alguns integrantes da Secretaria Estadual da Saúde (Sespa) que contraíram o vírus, inclusive o próprio titular da pasta, Alberto Beltrame.

O pior período da pandemia no Brasil deve ser na segunda quinzena de abril e em todo o mês de maio, pelo desenho matemático desenvolvido pelo ministério da Saúde. Quando mais cedo houver um pacto político entre presidente, autoridades da saúde pública, governadores e prefeitos, o país tende a ter mais chances de enfrentar a pandemia e minimizar, um pouco, seus danos, que já são bem altos.

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