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Belém será a capital ambiental do mundo em 2025: os desafios estão logo ali.

Rodolfo Marques

A capital paraense, Belém, foi confirmada como a sede da COP-30 (“Conferência das Partes” ou cúpula do clima da Organização das Nações Unidas), em 2025. A escolha foi anunciada na sexta-feira, 26 de maio, pelo presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, que fez o anúncio ao lado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do governador do estado do Pará, Helder Barbalho (MDB). Trata-se da primeira vez em que o evento será realizado no Brasil. Já ocorreram quatros edições anteriores na América Latina (duas na Argentina, uma no Peru e uma no México).

Um primeiro ponto a ser comentado são as vitórias políticas do Brasil e do Pará. O presidente Lula tem procurado retomar o protagonismo internacional do país, muito abalado no quadriênio 2019-2022: trazer o principal evento ambiental em escala global para o país é um fato muito relevante nesse processo. Para tal êxito, a atuação do governador Helder Barbalho também foi fundamental, principalmente no âmbito da paradiplomacia e na presença das arenas nacionais e internacionais. A pré-candidatura de Belém para sediar a COP-30 começou a ser gestada na COP-27, realizada em 2022, no Egito, e foi oficializada em janeiro deste ano, após o início do governo Lula e da posse de Helder como presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia. 

Outro aspecto a ser considerado nesta discussão é em relação à necessidade um olhar mais assertivo e consistente em relação à Amazônia. As discussões sobre sustentabilidade ambiental e mudanças climáticas, devem passar, necessariamente, pela observação e por políticas públicas sobre a região. Os conceitos da “floresta em pé” e do uso mais racional dos recursos naturais são muitos presentes nas discussões ocorridas nas últimas conferências. O olhar do mundo inteiro estará voltado para a Amazônia – e já a partir de agora, visto que o evento acontece daqui a pouco tempo, em novembro de 2025.

Por fim, é importante tratar dos desafios. A capital paraense tem diversos problemas infraestruturais e demandas de todos os níveis. Para receber o evento desse porte – o maior de sua história –, caberá a gestão municipal elencar uma série de obras e ações prioritárias. A prefeitura de Belém projeta melhorias para o Aeroporto Internacional de Belém, ajustes no porto da cidade, reforma e adaptações no Mercado do Ver-o-Peso e a requalificação do centro histórico da cidade, além do desenvolvimento de um polo de gastronomia. Tais ações tendem a ocorrer em parceria com os governos federal (via Ministério da Cidades) e estadual (a partir de várias secretarias). A Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR) e o Itamaraty também desenvolverão proposições no contexto da Conferência do Clima. 

Assim, Belém começa a viver movimentos claros em relação a COP-30  e à atenção dos olhares do mundo. Registre-se o fato de que haverá eleições para a prefeitura de Belém em outubro de 2024, podendo haver uma continuidade do projeto liderado pelo atual gestor municipal, Edmilson Rodrigues (PSOL), ou haver um(a) outro(a) político(a) ocupando a chefia do Palácio Antonio Lemos, no mesmo ou em viés ideológico.

E que “comecem os jogos”!

Rodolfo Marques