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A pouco mais de um ano da COP-30, Pará luta contra crise climática

Rodolfo Marques

Diante da crise climática que assola boa parte do Brasil, ações dos atores políticos são urgentes para o enfrentamento dos problemas. O governo federal está bastante mobilizado e algumas gestões estaduais vêm agindo, em maior ou menor escala.

No caso do Pará, o governador Helder Barbalho (MDB) vêm atuando de forma assertiva. No dia 17, ele decretou situação de emergência em razão do agravamento das queimadas e da seca no estado. A determinação foi derivada pela longa e constante estiagem que está afetando diversas regiões do estado – e a consequente queda nos níveis de água
em reservatórios e rios e aquíferos. Tal realidade tem causado impactos profundos em setores fundamentais, como agricultura, pecuária e abastecimento de água limpa,
comprometendo atividades econômicas e a qualidade de vida das populações do estado e da região amazônica.

Os incêndios em regiões não protegidas também têm causado sérios problemas de qualidade do ar, aumentando a poluição e colocando em risco a saúde pública. Dados alarmantes mostram um crescimento de 200% nos focos de queimadas em comparação ao ano anterior. Brigadistas, equipamentos e aeronaves já estão mobilizados para atuar nos municípios mais atingidos, com ações coordenadas pela Defesa Civil.

A fauna e a vegetação da região estão sendo impactadas, com migração de espécies e destruição da cobertura vegetal, o que aumenta o risco de novos incêndios e a poluição atmosférica. Isso, por sua vez, tem levado ao agravamento de problemas respiratórios na população, sobretudo nas regiões mais críticas, como Araguaia, Baixo Amazonas, Carajás e Xingu.

A situação traz à tona uma emergência ambiental que, além de local, insere-se no contexto mais amplo das mudanças climáticas globais. A combinação de seca, queimadas e poluição expõe a vulnerabilidade ambiental da região e exige ações urgentes não apenas para conter os efeitos imediatos, mas também para promover uma gestão sustentável dos recursos naturais a longo prazo. É fundamental que as autoridades se empenhem na adoção de políticas públicas que incentivem práticas mais sustentáveis e o uso racional da água, tanto por produtores rurais quanto pela população em geral.

O Pará está a pouco mais de um ano da realização da COP-30, prevista para ocorrer, em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. A temática das mudanças climáticas está cada vez mais evidente e urgente.

Neste cenário, parece claro que o decreto de emergência busca conter os impactos imediatos da crise ambiental que o estado enfrenta, oferecendo medidas de curto prazo para mitigar os danos causados pela seca e pelas queimadas. Entretanto, a gravidade da situação reforça a necessidade de planejamento a longo prazo para que o estado e a região possam se recuperar e se preparar para enfrentar desafios futuros, em um contexto de mudanças climáticas cada vez mais frequentes.

Rodolfo Marques