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Para quem estendemos o tapete vermelho: para as escolhas ética ou antiética?

Océlio de Morais

Enquanto escrevo essa breve pensata, centenas de milhões de eventos (positivos e negativos) ocorrem em nosso planeta; enquanto o leitor – hoje ou em qualquer outro dia – ler ou reler essa crônica, centenas de milhões de decisões (éticas e não éticas, boas ou más) estão acontecendo em nosso planeta. 

A gente nem se dá conta de todos esses eventos e decisões, porque – em geral e isso é natural – vivemos circunscritos em círculos sociais menores, mas igualmente a todo instante tomando decisões e ou sendo destinatários das marcus decisões.

Nas tomadas de decisões, vamos procurando razões para os projetos, para os objetivos imediatos ou mediatos ou buscando sentido à própria vida mergulhada no turbilhão de desafios cotidianos a serem enfrentados e superados. 

Às vezes, nos sentimos sós, quando então o silêncio respeitoso e consciencioso que abraça nossa alma é o conselheiro que se apresenta como sábio às escolhas, às decisões e às ações concretas. 

Mas, às vezes, nos sentimos tão pequeninos como a menor partícula de área na imensidão do Cosmo, momentos em que a impotência pesa sobre os nossos ombros e enfrentamos dificuldades para as boas escolhas e decisões. 

Somos existencialmente essa síntese inquieta e inquietante, natureza reveladora das alegrias e tristezas, da compaixão e raiva, do amor e ódio, da abnegação e inveja, da caridade e da usura, da humildade e arrogância, da gentileza e estupidez.

As escolhas, à luz dos valores ou desvalores que estão disseminados nas relações humanas, definem se a caminhada existencial será turbulenta, enfrentando tempestades, ou se poderá ser mais serena com transitividade de alma. 

Se plantamos morangos e maçãs, não colheremos laranjas e limas, porque são naturezas distintas. Assim, nas relações humanas, se as escolhas são éticas, potencialmente as resposta à vida espiritual serão benéficas, porque a boa ética naturalmente resultará num fruto (resultado) ético.  

Se as escolhas (e ações) são antiéticas, dessa árvore do mal – ainda que de forma imediata e aparente resulte em riquezas materiais – tais riquezas não se sustentaram por muito tempo, pois a corrupção que deforma e domina a alma será a corrupção que dissolverá a riqueza em cinzas levando à míngua espiritual o corrupto.  

A ética do bem não ignora a corrupção das coisas e com ela não compactua. A ética do mal procura justificar com retórica e narrativas as escolhas corruptivas, porque delas obtém ou quer obter vantagens indevidas. 

Somos o resultado de nossas escolhas e decisões. Resta saber o que somos de verdade.  Em qual categoria de humanos nos enquadramos: somos pessoas do bem ou mal? Edificamos palacetes aos vícios aéticos ou construímos palacetes à boa e honesta ética? Para quem estendemos o tapete vermelho: para as escolhas éticas ou antiética?

ATENÇÃO: Em observância à Lei  9.610/98, todas as crônicas, artigos e ensaios desta coluna podem ser utilizados para fins estritamente acadêmicos, desde que citado o autor, na seguinte forma: MORAIS, O.J.C.; Instagram: oceliojcmoraisescritor

Océlio de Morais