CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

Vulneráveis, Leão e Papão dividem o mesmo pecado

Carlos Ferreira
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Vulneráveis, Leão e Papão dividem o mesmo pecado

Se o Paysandu é o 5º mais vazado da Série B, o Remo é o 5º mais vazado da Série C. A vulnerabilidade é um pecado que os dois rivais dividem nos seus campeonatos. Entra ano, sai ano, a dupla Re-Pa mantém essa triste identidade no campeonato brasileiro.

Somente Ituano (37), Guarani (31), Botafogo/SP (29) e Ceará (26) tomaram mais gols que o Paysandu, até agora, na Série B. Em 20 jogos, o time bicolor tomou 25 gols, média de 1,25 por jogo. Observando que o Papão tem a 10ª artilharia, com 22 gols, o sistema defensivo entra em questão.

Na Série C, só Ferroviário (31), Caxias (25), CSA (25), Aparecidense (24) tomaram mais gols que o Remo nas 17 rodadas. O Leão tomou 23, média de 1,35 por jogo. Na produção ofensiva o time azulino tem a 8ª artilharia com 18 gols.

Por que o pecado se repete?

O Operário/PR faz campanha de candidato ao acesso com o melhor serviço de defesa na Série B. Tomou apenas 11 gols (0,55 por jogo). É o menos vazado, mas tem a pior artilharia, com 13 gols, média de 0,65. O técnico Rafael Guanaes é o mais longevo do campeonato. Seria aceito no Paysandu ou no Remo com tão baixa artilharia, mesmo tão consistente na defesa?

O pecado da vulnerabilidade se repete no Papão e no Leão muito por conta de ofensividade a qualquer custo. Precisamos, todos, ter mais atenção e dar mais valor ao serviço de marcação para termos times equilibrados, consistentes.

BAIXINHAS

* A Ferroviária/SP, 3ª colocada na Série C, é o maior sucesso defensivo das quatro séries do campeonato brasileiro. Está invicta e tomou apenas seis gols em 17 jogos. Mentor do sistema defensiva da "Ferrinha", o técnico Vinícius Bergatin foi contratado pelo Flamengo há três semanas para auxiliar Tite com essa expertise.  

 * Para crescer nesta Série B, o Paysandu precisa corrigir as deficiências defensivas. A larga incidência de gols nas costas da última linha vale uma reflexão sobre o bloco avançado. Para manter essa postura, é importante elevar a capacidade de recuperação em lances de velocidade. Esse, sem dúvida, é o principal ponto de vulnerabilidade do time bicolor.

* Com Rodrigo Santana, em 11 jogos o Remo conquistou 18 dos seus 22 pontos. Na “era RS”, 54,4% de aproveitamento! Ele mudou o sistema de jogo ao inserir um terceiro zagueiro e aumentou flagrantemente a intensidade do time, mas a média de gols tomados seguiu alta. Para os jogos de vida ou morte contra Londrina e São José, essa é uma preocupação central.

* O que torna alarmante a vulnerabilidade das nossas principais equipes é o destaque dos goleiros. É bem o caso de Marcelo Rangel, que tem feito “milagres” no Leão Azul. Começou a temporada sob impiedosas contestações, mas provou o seu valor. E o Paysandu está tão bem servido que Matheus Nogueira foi surpreendentemente para o banco, barrado por Diogo Silva.

* De São Paulo o Paysandu já vai seguir para Santa Catarina. Afinal, já joga na quinta-feira em Florianópolis, contra o Avaí. Um personagem central desse jogo será o atacante Cassiano, que havia negociado a volta para o Papão, mas descumpriu a palavra e foi para o Avaí, onde é reserva, mas entrou nos seis últimos jogos. Em 2018 ele fez 20 gols em 30 jogos pelo Papão. 

* Hoje, aniversário do Remo (113 anos da reorganização), aniversário também do Baenão. O estádio completa hoje 107 anos. A atual capacidade legal está em 13.792, mas o Baenão já comportou 33.487 torcedores no jogo Remo 5 x 2 Paysandu, no campeonato brasileiro de 1976. Na época, o limite era a extrema superlotação.

* Lateral-esquerdo Geferson, que no Paysandu participou de apenas três jogos (127 minutos em campo), no Londrina tem participação em oito jogos na Série C. É reserva, mas tem sido útil. No Papão foi peça nula. 

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