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Uma noite de plenitude da alma azulina

Carlos Ferreira

Inconsistente, mas valente. Limitado, mas persistente. Entre erros e acertos, a plenitude da alma azulina, numa noite de ebulição remista no Mangueirão. A vitória que teve tudo para simples, com autoridade, foi dramática, na superação e com gol de Ribamar. 2 x 1 em cima do CSA e um passo à frente. O Leão está colado no G8. 

Além dos três preciosos pontos, o Remo experimentou a soma de todas as suas forças na pressão pela vitória, comemorada como se valesse título. Experiências assim agigantam qualquer time. Mais ainda quando o time está disposto a superar limites.

Papão: arma que uma benção ou benção que é uma arma?

Quando Esli Garcia fez um golaço de fora da área, bola colocada no ângulo, a reação geral foi apenas de admiração. Mesma reação no chutaço de Val Soares que deu a vitória sobre o América/MG. Contra o Ituano, dois gols em chutes de fora da área: Jean Dias e Netinho. Aí o Papão já chamava atenção com esse recurso letal.

Leandro Vilela e Netinho contra a Chapecoense, Val Soares contra o Ceará, Paulinho Boia contra a Ponte Preta. Haja gols decisivos do Papão em chutes de fora da área. O que isso sugere? Que é consequência de muito treinamento. Mas a resposta é não. A coluna apurou que isso começou e segue espontaneamente.

Daí a questão: é arma que uma benção ou benção que é uma arma? A resposta mais importante é que o Papão tornou-se abençoado. Essa arma, ou benção, decidiu 13 e contribuiu para outros três dos 23 pontos na Série B. 

BAIXINHAS

* Embora os chutes de média distância, no alvo, tenham surgido espontaneamente, é óbvio que Hélio dos Anjos tem sua importância nesse sucesso, ao dar liberdade e transmitir confiança aos atletas. O fato é que o Papão achou uma forma de tirar proveito do encolhimento dos adversários na área.

* Depois do jogo de Itu, este colunista apostou que os adversários passariam a agir com um serviço "antimíssil", mas seguiram dando espaço e sofrendo as consequências. A série de gols de longe vem rendendo não só pontuação, mas também confiança para a exploração de outras virtudes técnicas e táticas. Que a série siga amanhã, contra o Brusque. 

* Lesionado no dia 19 de maio, em lance bobo, diante do Tombense, o lateral remista Thallys passou por cirurgia no joelho em 24 de junho. Amanhã completa o primeiro dos oito meses previstos para a recuperação. Deve voltar a jogar em fevereiro ou março.

* Thalys tem contrato com o Remo até o fim da Série C, mas o vínculo será prorrogado para 2025. Enquanto isso, ele está muito bem substituído por Diogo Batista, um "achado" do Leão na mesma semana da contratação do técnico Rodrigo Santana. Diogo Batista, 20 anos, está emprestado pelo Coritiba. 

* Pedro Vitor voltou a jogar pelo Leão em abril, nove meses após a grave lesão que resultou em cirurgia no joelho. Dores musculares, porém, o impediram de ter sequência de jogos. O atacante, que fez tanto sucesso em 2023, segue uma rotina de recomeços na esperança de reviver seus bons-dias com a camisa azulina.

* Práticas ambientais para sustentar o conceito da camisa Guardiã. No jogo contra a Ponte Preta, o Paysandu começou a promover ações educativas muito relevantes. Conscientizar torcedores ao uso de sacolinhas oferecidas pelo clube para recolhimento do lixo que produzem no estádio, é muito mais que um serviço de limpeza.

* Essa ação gera educação, percepção de cidadania, alguma reflexão, orgulho pela iniciativa do clube e transformação de conduta. Nós, imprensa, temos o dever de exaltar essa ação do Paysandu e estimular outros clubes a seguirem o exemplo. Esse papel engrandece os clubes no melhor uso do imenso poder de comunicação com as massas. Mais ainda quando são clubes largamente beneficiados com verba pública. 

Carlos Ferreira