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Parazão começa com 183 novos importados

Carlos Ferreira

Os números oficiais do Departamento de Registro da FPF mostram o cenário das transferências de atletas vindos de outras federações. É surpreendente ver o Independente na liderança, o Paysandu na 5ª e o Remo na 10ª posição do ranking das importações.

  1. Independente/Tucuruí - 22
  2. Castanhal - 21
  3. Cametá - 19
  4. São Francisco - 18
  5. Paysandu - 17
  6. Águia - 16
  7. Capitão Poço - 14
  8. Caeté - 13
  9. Santa Rosa - 12
  10. Remo - 11
  11. Bragantino - 11
  12. Tuna - 9

Constatação: os paraenses são minoria!

Considerando uma média de 30 atletas por clube, são cerca de 360 jogadores neste início de campeonato. Os recém-chegados (183) já representam metade do total.

Não há dados disponíveis sobre os remanescentes das últimas temporadas, mas já é possível afirmar que os atletas paraenses são minoria em campo no campeonato estadual.

À medida que a indústria do futebol avança, mais dinheiro e interesses paralelos circulam nas competições. Como consequência, cresce o movimento de importações, inclusive internacionais. Essa tendência é global e está bem refletida nos dados fornecidos à coluna pela FPF (Juarez Scotta, Departamento de Registro).

Das 183 transferências já registradas, 19 são internacionais: oito atletas estrangeiros e onze brasileiros retornando do exterior.

Baixinhas

  • Em 2023, o Parazão começou com 130 novos atletas transferidos de outras federações. O aumento de 30% em dois anos evidencia a escalada, agora também presente nos clubes do interior. O Castanhal liderou em 2023 com 25 importações e, neste ano, com 21, só é superado pelo Independente.
  • Esses clubes alegam que a busca por atletas de fora é consequência dos "altos salários" exigidos pelos paraenses. Com o campeonato tão curto, de apenas dois meses, os atletas locais têm preferido os cachês de competições amadoras durante o ano inteiro.
  • Também pesa o crescente nível de exigência do futebol atual em termos táticos e físicos. Atletas regionais enfrentam mais dificuldades devido à formação precária na base, agravada por hábitos boêmios.
  • A FPF tem dado o primeiro passo ao ampliar o calendário de competições de base. No entanto, além do aumento de jogos, é necessário um grande avanço na qualidade da preparação técnica, tática, física e mental dos jovens atletas.
  • Somente assim eles poderão competir por espaço e iniciar uma mudança de cenário. Muito se fala em mais oportunidades para os talentos locais, mas, antes disso, é essencial melhorar significativamente a formação desses jovens. Esse é o ponto crucial!
  • Quando o futebol era menos mercadológico, até os anos 90, os times eram majoritariamente regionais, com reforços importados. Essa proporção se inverteu com o esporte se tornando mais caro e atrelado a mais interesses, sem grandes ganhos em resultados.
  • É inegável, porém, que os clubes evoluíram muito em suas estruturas físicas e organizacionais. Nesta temporada, Remo e Paysandu, únicos na Série B com o pacote da Rede Globo (via LIBRA, no primeiro ano das Ligas), ampliam as possibilidades de novos negócios.
  • O Remo, por exemplo, recebeu recentemente a visita de Marcos Braz, ex-vice-presidente do Flamengo, com uma proposta de parceria em projetos de mercado e patrocínios. É apenas um dos sinais dos novos caminhos que se abrem para a dupla Re-Pa.

 

Carlos Ferreira