Parazão começa com 183 novos importados
Os números oficiais do Departamento de Registro da FPF mostram o cenário das transferências de atletas vindos de outras federações. É surpreendente ver o Independente na liderança, o Paysandu na 5ª e o Remo na 10ª posição do ranking das importações.
- Independente/Tucuruí - 22
- Castanhal - 21
- Cametá - 19
- São Francisco - 18
- Paysandu - 17
- Águia - 16
- Capitão Poço - 14
- Caeté - 13
- Santa Rosa - 12
- Remo - 11
- Bragantino - 11
- Tuna - 9
Constatação: os paraenses são minoria!
Considerando uma média de 30 atletas por clube, são cerca de 360 jogadores neste início de campeonato. Os recém-chegados (183) já representam metade do total.
Não há dados disponíveis sobre os remanescentes das últimas temporadas, mas já é possível afirmar que os atletas paraenses são minoria em campo no campeonato estadual.
À medida que a indústria do futebol avança, mais dinheiro e interesses paralelos circulam nas competições. Como consequência, cresce o movimento de importações, inclusive internacionais. Essa tendência é global e está bem refletida nos dados fornecidos à coluna pela FPF (Juarez Scotta, Departamento de Registro).
Das 183 transferências já registradas, 19 são internacionais: oito atletas estrangeiros e onze brasileiros retornando do exterior.
Baixinhas
- Em 2023, o Parazão começou com 130 novos atletas transferidos de outras federações. O aumento de 30% em dois anos evidencia a escalada, agora também presente nos clubes do interior. O Castanhal liderou em 2023 com 25 importações e, neste ano, com 21, só é superado pelo Independente.
- Esses clubes alegam que a busca por atletas de fora é consequência dos "altos salários" exigidos pelos paraenses. Com o campeonato tão curto, de apenas dois meses, os atletas locais têm preferido os cachês de competições amadoras durante o ano inteiro.
- Também pesa o crescente nível de exigência do futebol atual em termos táticos e físicos. Atletas regionais enfrentam mais dificuldades devido à formação precária na base, agravada por hábitos boêmios.
- A FPF tem dado o primeiro passo ao ampliar o calendário de competições de base. No entanto, além do aumento de jogos, é necessário um grande avanço na qualidade da preparação técnica, tática, física e mental dos jovens atletas.
- Somente assim eles poderão competir por espaço e iniciar uma mudança de cenário. Muito se fala em mais oportunidades para os talentos locais, mas, antes disso, é essencial melhorar significativamente a formação desses jovens. Esse é o ponto crucial!
- Quando o futebol era menos mercadológico, até os anos 90, os times eram majoritariamente regionais, com reforços importados. Essa proporção se inverteu com o esporte se tornando mais caro e atrelado a mais interesses, sem grandes ganhos em resultados.
- É inegável, porém, que os clubes evoluíram muito em suas estruturas físicas e organizacionais. Nesta temporada, Remo e Paysandu, únicos na Série B com o pacote da Rede Globo (via LIBRA, no primeiro ano das Ligas), ampliam as possibilidades de novos negócios.
- O Remo, por exemplo, recebeu recentemente a visita de Marcos Braz, ex-vice-presidente do Flamengo, com uma proposta de parceria em projetos de mercado e patrocínios. É apenas um dos sinais dos novos caminhos que se abrem para a dupla Re-Pa.