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Papão e as tentações do favoritismo

Carlos Ferreira

Só há uma possibilidade de "zebra" no duelo do Paysandu com o Humaitá/AC na Curuzu. É se o time bicolor se deixar levar pelas tentações do favoritismo, se exceder na confiança e jogar com soberba. Assim, o Humaitá poderia se agigantar e surpreender.

Sendo competitivo, se impondo com intensidade e ambição pelo gol, o Papão não só vence como constrói goleada. Trata-se de apenas um jogo na fase. É decisão com alta responsabilidade moral, entre fazer a obrigação ou passar vergonha. O Paysandu é favoritaço nesse jogo e seguirá favorito nas outras duas fases amazônicas, se impuser a sua força.

As glórias de Marcelo Cabo nos últimos seis anos

Até 2015, quando o Remo subiu de D para C no campeonato brasileiro, Marcelo Cabo era um técnico de trajetória modesta. Decolou, porém, nos últimos seis anos. A propulsão foi o título da Série B com o Atlético Goianinense. Um acesso com autoridade à elite nacional! Desde então, cinco títulos estaduais por CRB (2), CSA e Atlético Goianinense, além de uma Taça Rio com o Vasco.

Em todas as glórias, Cabo teve times em alta intensidade. Esse perfil exige vigor físico e muita entrega dos atletas. Como ele vai participar da construção do elenco remista, a busca deverá ser, preferencialmente, por atletas na faixa de 22 a 28 anos, com histórico de dedicação profissional. Contratar jogadores com essas características custa caro e não é nada fácil. Mas Marcelo Cabo vai ajudar muito com a perspectiva que é capaz de dar aos atletas no mercado, principalmente num clube de massa.

BAIXINHAS

* Ano passado, o campeão da Copa Verde (Remo) ganhou apenas R$ 150 mil em premiação. Com bilheteria, um clube de massa como o Paysandu pode elevar a receita a cerca de R$ 800 mil, se chegar à final.

* O título da última Copa Verde rendeu a cota de R$ 1,9 milhão correspondente à terceira fase da Copa do Brasil. Mas esse acesso tira a possibilidade do ganho de R$ 620 mil pela primeira e R$ 750 mil segunda fases.

* Se considerarmos o custo da participação do Paysandu (mais de R$ 1 milhão, desde o início da preparação), esta Copa Verde em período impróprio não é um negócio, mas uma questão de honra, que só se resolve com o título de campeão.

* A Tuna tem a Copa Verde como etapa de preparação para a temporada 2023, com o seu time barato, sem nada a perder. A Tuna, historicamente um clube oportunizador, leva sempre a perspectiva de alguma revelação.

* Yure, volante do Paysandu, caiu da escada, em casa, machucou o joelho e vai passar por cirurgia. O acidente doméstico de Yure, abriu vaga para a contratação do ex-tunante Kauê. Yure, 24 anos, paraense de Ananindeua, tem apenas 15 jogos no profissional e três no sub 23, em quatro anos. Ano passado foi cedido ao Imperatriz, onde fez 11 jogos.

* Marcelo Cabo diz que prefere trabalhar com elenco "enxuto" no Leão Azul. Fala em 24 profissionais e mais os garotos promovidos da base. A afirmação do técnico foi uma transmissão de esperança para a garotada sub 20.

* Segundinha decide hoje quem se junta ao Santa Rosa na semifinal. Capitão Poço e São Francisco bem encaminhados. Cametá avança se derrotar o União Paraense no Parque do Bacurau. No entanto, todos os jogos da fase podem ser anulados se o Atlético Paraense tiver êxito no TJD, no processo contra o União Paraense. 

Carlos Ferreira