CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

Limite de público: meio metro para cada torcedor

Carlos Ferreira
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Limite de público: meio metro para cada torcedor

Até a primeira regulamentação, a capacidade dos estádios brasileiros era medida pela superlotação. O Mangueirão, por exemplo, recebeu 64 mil pessoas em 1979, quando era metade do que é agora. O Baenão, cuja capacidade legal é 13.792, em 1976 recebeu 33.487 torcedores num Re-Pa. Na época, as pessoas se comprimiam em desconforto e insegurança.

Atualmente, a Associação Brasileira de Normas Técnicas impõe o espaço de 50 centímetros para cada torcedor, com ou sem assento anatômico, por segurança e dignidade. E os critérios de capacidade de público passam também pelas condições de evacuação em eventual situação de pânico nos estádios. Por isso, a redução drástica, que no Mangueirão não tem sido tão respeitada, como vimos ano passado nos jogos do Paysandu contra Botafogo/PB e Amazonas, com excesso em torno de 10 a 15%. 

Espaços menores, públicos muito maiores

Menos público nos estádios, muito mais público diante da televisão e dos celulares. O futebol explodiu como negócio ao perder bilheteria e ganhar no marketing e na publicidade. Para os grandes clubes, a venda de ingressos caiu da primeira para a 7a ou 8a fonte de renda.

Clubes, atletas, técnicos e assistentes, profissionais de apoio, patrocinadores, empresas de comunicação... Todos passaram a faturar mais alto quando o futebol expandiu o seu público e as formas de consumo, justamente na redução de limite nos estádios.

BAIXINHAS

* Estádios com capacidade acima de 20 mil lugares tem até 2025 para implementar sistema de  reconhecimento facial nas catracas, que já funciona com grande sucesso nos estádios do Palmeiras, do Athletico Paranaense e do Goiás. 

* Em Belém só o Mangueirão está na faixa obrigatória, mas Remo e Paysandu precisam se planejar para terem o sistema também no Baenão e Curuzu. O reconhecimento facial inibe a ação ou até pode impedir o acesso de bandidos.

* Condições dignas para o público, como área coberta e banheiros, serão exigências crescentes. A segurança mais ainda. O futebol já tornou-se  evento de família nos países mais avançados e o será também no Brasil, mais cedo ou mais tarde.

* Os clubes paraenses se favorecem há 16 anos de verbas públicas, no patrocínio do campeonato estadual renovado por todos os governos. Uma bonança explorada pelos clubes com extrema gastança e resultados pífios.

* Surge com boa aceitação a primeira proposta de formato para o próximo campeonato estadual. O Santa Rosa defende a distribuição dos 12 clubes em quatro grupos de três.  Na fase classificatória, cada time enfrentando os nove dos outros grupos.

* Assim, seriam nove rodadas na primeira fase. Classificação dos dois primeiros de casa grupo. Quartas e semifinal com jogo único, decisão em dois jogos. Copa Grão Pará paralela às quartas e à semifinal, como este ano. Rebaixamento dos dois últimos da classificação geral. 

* Papão em Ribeirão Preto. A bola rola às 18:30 deste domingo no 21° jogo do time bicolor na Série B, desta vez contra o Botafogo. Papão pressionado a corrigir a rota, depois de três derrotas e um empate nos últimos quatro jogos. 

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Carlos Ferreira
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