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Hora de o estresse se multiplicar

Carlos Ferreira

Agora é reta decisiva, sem margem para vacilos. Os próximos quatro jogos do Remo valem avanço de fase e a perspectiva do acesso à Série B, dinheiro, projeção, felicidade. O estresse se multiplica já nesta segunda, diante da Aparecidense, no Mangueirão.

Por que falar de estresse, agora? Porque o cinto apertou e qualquer desatenção pode botar tudo a perder. Uma pesquisa assinada pelo neurocientista Caio Moreira, autoridade brasileira em comportamento e cognição, diz que "enquanto uma pessoa comum toma, em média, entre duas a três mil decisões durante um dia inteiro, um jogador de futebol, por exemplo, tem que tomar cerca de seis mil durante os 90 minutos de uma partida". Imagine essas seis mil decisões numa cabeça em absoluta pressão.

Que decisões são essas?

Passar ou reter a bola? Passar pra quem? Marcar, fazer cobertura, provocar o adversário, recompor o sistema, ocupar espaço... Uma infinidade de decisões desafia o cognitivo dos atletas em campo nesse futebol cada dia mais intenso, de funções cada dia mais complexas. O jogo é muito mental. 

O estudo de dados de GPS mostra que o contato dos jogadores com a bola, em 90 minutos, se limita a uma faixa de 80 a 130 toques, num tempo médio de um minuto e meio. Mas, sem bola, eles cumprem funções e tomam decisões permanentemente.

BAIXINHAS

* “Ao observarmos o esporte (futebol), hoje, percebemos que o desempenho físico dos atletas está cada vez mais equiparado. São as milhares de decisões que eles tomam em uma arena esportiva que definem se sairão vitoriosos ou não,” afirma o pesquisador Caio Moreira.

* O Remo está sob pressão maior, mas o Paysandu caiu em grande desconforto nas derrotas para Brusque e Novorizontino, e também joga pressionado nesta segunda-feira contra o Vila Nova. Tal como os azulinos, os bicolores também precisam de larga inteligência emocional para voltarem pros eixos.

* Ser aguerrido e ousado sem deixar de ser tático é o desafio nessa maré contrária. O Remo, em casa, com o apoio da torcida, mas tomado por grande ansiedade, tem que associar bravura com organização para superar a Aparecidense, que vem pressionada pelo risco de rebaixamento. Jogo tenso, com certeza.

* Nesse estado de pressão do Leão Azul, surge o experiente volante Bruno Silva, com sua liderança, para ser um ponto de equilíbrio. De fato, o time se ressentia de uma voz de comando em campo e de um jogador mais lúcido na construção de jogadas. 

* Pressão emocional também na Aparecidense, que luta contra rebaixamento. Se bem que uma eliminação do Remo, como clube de massa, nesta etapa da Série C, causaria mais estragos que uma queda da Aparecidense à Série D.

* Papão, há 22 anos, Campeão dos Campeões. Parabéns à nação bicolor pelo aniversário do maior título da história do futebol paraense, conquistado em 4 de agosto de 2002, em Fortaleza. Vitória dupla sobre o Cruzeiro: 4 x 3 no tempo normal e 3 x 0 nos "pênaltis". 

* Na condição de diretor, Vandick representa o Paysandu vitorioso de 2002 no Paysandu atual. Pelos gols e pela liderança, Vandick foi o principal jogador do Papão naquela conquista história. Outro destaque especial é para Rogerinho Gameleira, que esteve também nas conquistas dos dois títulos do campeonato brasileiro, 1991 e 2001.

Carlos Ferreira