CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

Gestão de pessoas, um desafio permanente dos técnicos

Carlos Ferreira
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Atletas da atualidade são mais esclarecidos e cercados de gente (staff) que defende os seus interesses. Isso impõe aos técnicos um desafio extra na gestão de pessoas, com a absoluta obrigação de ser justo nas decisões, na concorrência dos atletas por espaço no time. 

Atletas da atualidade, em geral, têm escolaridade e senso crítico, são bem informados, desembaraçados nas entrevistas e avaliam até a qualidade dos treinos. Isso exige dos técnicos conhecimento com praticidade, autoridade com habilidade e plena liderança, para serem confiáveis. Antes de qualquer outra virtude, os técnicos de futebol precisam, necessariamente, ser bons gestores das pessoas que os cercam na rotina diária de trabalho, liderando todos os que fazem a estrutura funcionar.  

O que é ser justo?

Como líderes, os técnicos são julgados pelos atletas e por todos que os cercam em todas as decisões, mais ainda na escalação do time. E, para serem justos, têm que preferir quem está em melhor rendimento ou com crédito bastante para uma insistência. É um trabalho que exige critérios e ética, sempre.

Em outros tempos, jogadores se submetiam a injustiças. Agora, questionam e reagem. Alguns técnicos, ao se sentirem poderosos, ainda abusam do poder, mas acabam se desgastando, mais cedo ou mais tarde. Para nós, críticos, é fundamental saber dessas circunstâncias para analisar determinadas decisões, que podem parecer sem sentido, mas por fatores internos são as mais coerentes. Em qualquer setor de atividade e mais ainda no futebol, nem tudo é o que parece.

BAIXINHAS

* Por dosagem no volume de trabalho, o que Catalá chama de "gestão de carga", e principalmente pelo compromisso de dar oportunidade aos concorrentes por vaga no time, os técnicos promovem rodízio de jogadores nesta etapa inicial de temporada.

* De vez em quando alguns técnicos são criticados por não darem sequência a uma mesma escalação, em nome do entrosamento. Ocorre que, com os atletas da atualidade, o técnico que não der oportunidades na construção do time, não terá o grupo na mão. 

* O fato é que as relações profissionais no futebol mudaram muito. Há mais gente e interesses envolvidos. Técnico nenhum sobrevive no cargo ou se destaca no trabalho sem gestão estratégica de pessoas. E a postura ética é o ponto central da questão. 

* Curioso! Na quarta-feira, diante do Remo, o Castanhal foi mandante na casa do adversário. Neste domingo, diante do Santa Rosa, o Japiim é visitante dentro da sua própria casa. Isso é consequência dos improvisos no campeonato, por falta de uma infraestrutura ideal. 

* Ideia do Gatilho Social foi muito bem recebida no Remo pelo técnico Ricardo Catalá. Em breve o clube vai lançar o projeto com visita do elenco a uma instituição filantrópica. A cada meta pré-estabelecida que o time atingir, a instituição será beneficiada com donativos. 

* A essência do Gatilho Social está em gerar um compromisso assistencial nos atletas e produzir benefícios, inclusive de divulgação da causa. O Paysandu também aprovou a proposição deste colunista, mas não informou nada sobre as providências para implementação. 

* Janela de transferências segue aberta para o Paysandu até 7 de março. Depois, o clube ficará impedido de regularizar jogadores até 10 de julho, quando será aberta a segunda janela. Esse sistema só funciona para clubes das Séries A e B do campeonato brasileiro.

* O Remo e demais clube da Série C, como também da Série D, podem legalizar novos jogadores a qualquer momento, dentro dos limites de prazo e de quantidade previstos em regulamento.

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