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Futebol do Pará liga o 'desconfiômetro' contra a máfia das apostas

Carlos Ferreira

O mercado de apostas no futebol já movimenta mais de R$ 15 bilhões por ano no Brasil. Essas apostas são bem diversificadas. Vão do placar do jogo à quantidade de escanteios em cada tempo, cartões amarelos e vermelhos, agressão ao colega, pênaltis, gols contra... Isso tudo parece suspeito aos especialista na caça às fraudes. O assunto voltou a ter destaque por casos da última Série B que estão sob investigação.

SportRadar, uma empresa que atua em várias regiões do mundo, está a serviço da CBF no monitoramento do futebol brasileiro, e já vinha fazendo esse serviço no Parazão. A FPF acaba de ampliar o raio de monitoramento para a Segundinha e para o campeonato sub 20, competições também visadas pela máfia.

Como funciona o esquema?

Operadores da máfia fazem propostas a jogadores em dificuldade financeira, principalmente os que estão no início ou no final da carreira. Eles pagam para que atletas façam acontecer em seus jogos o que foi apostado. Quando ocorre a coincidência entre alto volume de apostas e o fato estranho, é dado o sinal para que clubes ou Federações façam denúncia ao Ministério Público ou à Polícia.

O imenso sucesso do mercado de apostas rendem bons patrocínios aos clubes. O negócio já tornou-se um mal necessário ao futebol. O desafio das instituições é zelar pela honestidade no negócio, e a forma é punição aos criminosos.

BAIXINHAS

* Paysandu e Remo foram diretamente atingidos por organização criminosa em campeonatos brasileiros. Em 1993, o árbitro Valter Senra foi incumbido pelo chefão da arbitragem da CBF, Ivens Mendes, de ajudar a Portuguesa de Desportos a eliminar o Remo no Canindé, em "mata mata", depois de goleada do Leão em Belém por 5 x 2.

* Senra anulou um gol de Agnaldo sem justificativa nenhuma. Se esforçou na ajuda à Portuguesa, que venceu por 2 x 0, mas foi eliminada no saldo de gols. Quatro anos depois, quando caiu o esquemão de Ivens Mendes, o árbitro confessou que trabalhou sob encomenda naquele jogo, embora não tenha cumprido o objetivo.

* O Paysandu teve que repetir um jogo contra o Cruzeiro, em Belém, quando 11 jogos da Série A de 2005 foram anulados. Um estrago da máfia do apito, cujo principal nome era Edilson Pereira de Carvalho, árbitro até então bem conceituado.

* Nos campeonatos estaduais era recorrentes as fofocas acerca de suborno de atletas e árbitros. Favorecimentos bancados pelos próprios favorecidos. Agora, na era das apostas, clubes são favorecidos ou prejudicados sem saber, por ações e interesses de terceiros.

* Que não haja, então, interferência qualquer no único jogo profissional deste domingo de carnaval no Pará: Castanhal x Real Ariquemes/RO, pela Copa Verde, 15:30, na cidade modelo. Esse jogo define o adversário do atual campeão da CV, Paysandu, no jogo da próxima quinta-feira.

* Se der Japiim, hoje, haverá dois confrontos seguidos e muito próximos de Paysandu x Castanhal. É que no domingo eles vão se enfrentar pelo campeonato estadual, também na Curuzu. 

Carlos Ferreira