Foi o Re-Pa do nem, nem...
Nem herói, nem vilão. O Re-Pa causou apenas arranhões em alguns, mas valeu muito como teste extremo para dois times em construção. Permitiu avaliação de condutas em jogo de alta responsabilidade e mostrou o Paysandu alguns passos à frente do rival.
O melhor é que o Re-Pa não produziu ilusões nem linchamento. Mostrou a verdade cristalina de cada equipe. O Papão está encaixando no melhor estilo Hélio dos Anjos, valente e vibrante. O Leão tem claras inconsistências para Ricardo Catalá corrigir, e potenciais para desenvolver. A fase do trabalho ainda é básica e isso não pode ser ignorado nas avaliações.
Bilheterias generosas
Venda de ingresso deixou de ser a principal fonte de renda para Remo e Paysandu, mas não deixou de ser importante. Principalmente num começo de temporada com bilheterias tão generosas.
Os boletins financeiros da FPF mostram o Leão Azul com renda líquida de R$ 1.163.000,00. Foram R$ 477.908,00 na estreia, contra o Canaã, e R$ 685.934,00 no Re-Pa. O Papão está muito próximo, com R$ 1.140,107,00. Foram R$ 272.019,00 na estreia, contra o Santa Rosa, e R$ 868.088,00 no Re-Pa.
Números excelentes para as finanças dos clubes, energia empolgante para os profissionais que estão conhecendo as torcidas azulina e bicolor. Mais ainda pela lindíssima festa do domingo, que traduziu bem a grandeza do clássico paraense.
BAIXINHAS
* Por conta do aniversário do Leão Azul, a coluna lembra que o presidente Antônio Carlos Teixeira é parente da Raul Engelhard, o homem que propôs o nome e a cor (azul marinho) do clube.
* Raul tinha acabado de voltar da Inglaterra com o irmão Victor Engelhard. Lá, enquanto estudavam, torciam pelo London Roing Club nas disputas inglesas de regata. Como encontrou os amigos fundando uma agremiação de regata, Raul propôs Clube do Remo (Roing Club, em inglês) e o azul-marinho do Reino Unido.
* A opção inicial, em 1905, foi por Grupo do Remo. Seis anos depois, Clube do Remo. Há dois anos, o London Roing Club acenou querendo conhecer e estalecer uma relação com o seu homônimo brasileiro da Amazônia.
* A movimentação inteligente e o fácil entendimento com Nícolas já tornaram Jean Dias uma peça exponencial no ataque do Paysandu. Jean Dias, 33 anos, cedido pelo Internacional, é natural do Tocantins.
* Pouco comentado nas análises do Re-Pa, o zagueiro Wânderson foi perfeito na zaga bicolor. O maranhense está reafirmando o sucesso que fez em 2023 e honrando os elogios de Hélio dos Anjos, que o define como "zagueiro de Série A".
* Olivaldo Moraes sendo aplaudido não só pelos acertos técnicos e disciplinares, mas também postura civilizada no trato com todos à sua volta na arbitragem do Re-Pa. Olivaldo impressionou pela sobriedade e boa educação.
* Afinal, teremos ou não teremos novos Re-Pas na temporada? Os dois times tendem a evoluir mais que todos os outros times do Parazão e da fase amazônica da Copa Verde. Tudo indica que teremos mais dois Re-Pas no campeonato estadual e outros dois na copa regional.