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Caminhando sobre a fita: a trajetória de Rafael Bridi no Highline

Rosiane Reis

Rafael Bridi sempre teve os esportes como parte fundamental de sua vida, influenciado por sua família. Desde os quatro anos, ele mergulhou no mundo da natação, o que o levou a fazer parte da equipe estadual de Santa Catarina. Mas foi aos 23 anos, em um festival na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que Rafael descobriu o slackline. A experiência transformou sua vida. "A dificuldade de caminhar de uma ponta à outra da fita me conquistou desde o início", diz.

A transição de atleta da natação para praticante de slackline não foi fácil. Rafael enfrentou desafios significativos, como a necessidade de apoio financeiro e a busca por reconhecimento em um esporte ainda em crescimento. "As restrições financeiras e a falta de patrocínios representam desafios importantes. Sinto que estou competindo não apenas contra outros atletas, mas também contra normas e expectativas sociais. No entanto, sou movido por uma mentalidade empreendedora, aprendendo e evoluindo constantemente", enfatiza. Sua determinação em superar esses obstáculos resultou em uma carreira de sucesso, tornando-se um dos principais nomes do highline no Brasil.

Rotina e preparação

O equilíbrio entre vida pessoal e dedicação ao esporte é essencial para Rafael. Ele se mantém ativo, praticando slackline e highline de duas a três vezes por semana, complementando com yoga e treinos físicos. "Não precisa ser uma rotina rígida, mas sim flexível e saudável", explica. A meditação é uma parte crucial de sua rotina, ajudando a manter a concentração durante as travessias.

A preparação física de Rafael é rigorosa. Ele acorda cedo, medita e se alonga antes de iniciar as atividades do dia. Durante as viagens, incorpora exercícios cardiovasculares e adaptações em academias, sempre focado no aumento da mobilidade e força. Essa dedicação resultou em conquistas importantes, como ser o primeiro brasileiro a instalar e atravessar um highline de mais de 100 metros.

Superando desafios

A pressão em competições nunca foi uma barreira para Rafael; pelo contrário, ele a considera motivadora. "O pior é deixar a frustração de uma derrota impactar a rotina de treinos", reflete. Com a experiência adquirida ao longo dos anos, ele aprendeu a canalizar essa pressão para melhorar seu desempenho.

Rafael também não é estranho às lesões. Após um rompimento parcial do ligamento colateral medial em 2022, ele se recuperou rapidamente com o suporte de uma equipe de profissionais e uma intensa rotina de fisioterapia. "As lesões são naturais para quem busca ultrapassar os limites do esporte", afirma.

Conectando-se com a comunidade

As redes sociais têm sido uma ferramenta vital na carreira de Rafael. Ele usa essas plataformas para compartilhar sua jornada, suas conquistas e seu estilo de vida, mostrando que o slackline vai além das performances. "É uma forma de me conectar com minha audiência e atrair marcas que se identificam com esse estilo de vida saudável", comenta.

Enfrentando o medo e o equilíbrio

No highline, lidar com o medo é fundamental. Rafael enfatiza que a respiração é uma técnica essencial para manter o equilíbrio e a concentração durante as travessias. Ele acredita que essa prática não só ajuda no esporte, mas também se aplica a vários aspectos da vida.

Visão para o futuro

O futuro de Rafael é promissor. Para 2025, ele planeja estabelecer vários highlines importantes na América Latina e buscar novos recordes mundiais. "Ainda tenho anos de alta performance pela frente e quero aproveitar ao máximo essa janela", conclui. Rafael Bridi é uma inspiração para jovens atletas e para todos aqueles que sonham em superar seus limites. Sua jornada no highline nos ensina que, passo a passo, é possível transformar sonhos em realidade, e que cada caminhada sobre a fita é uma oportunidade de crescimento e autodescoberta.

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