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SAF não combina com a cultura local do paraense

Abner Luiz

Como qualquer empresa, existem umas que dão certo e outras que não. A SAF no futebol não é uma receita que te obriga a acreditar, que aquela empresa que passará a investir, por mais que respeite o investimento que está fazendo, vai trazer resultado. No Brasil atual, nem todas até aqui deram certo, o que é muito natural. No Pará, temos algo para barrar tal pretensão, que é a cultura dos clubes, que ainda enxergam que possuem donos eternos. Natural, inclusive, passar de pai para filho, ou parentes mais distantes e até permite brincar de passar de mão em mão. Ver quem vem de fora tocar Remo e Paysandu, clubes que o torcedor sai da arquibancada para presidir, não dá.

No Paysandu, a turma possui grana para comprar

No Paysandu, juntar-se quatro pessoas que comandam o clube, 400 milhões de reais, seria troco para os Aguileras, Couceiros, Peixotos e Cia! Mas aí, qual o motivo de pagar, o que já parece ser propriedade? Seria como pagar para si próprio? Mais ou menos, ou seria como pagar para poder alavancar a estrutura e se pagar de forma justa, já que seria uma empresa? Não seria tão ruim, já que para chegar na Série B, uma empresa não gastaria tanto, como contratar mais de 50 jogadores, três treinadores e tornar cara a operação. Mas isso é só um comentário, a turma mesmo mandando, não é unanimidade e no final, a massa torcedora não aprovaria. O futebol do Pará não está preparado para essa conversa.

O Cruzeiro é um exemplo

O Ronaldo Fenômeno quando comprou o Cruzeiro, no caso, o futebol, e depois ganhou como combo a Toca da Raposa, nunca prometeu títulos ou nada que não fosse no máximo retornar para a Série A. Um tempo desse, a torcida andou protestando e o Fenômeno logo lembrou os torcedores, do abismo que o Cruzeiro estava e como hoje está no mercado. Aqui no Pará, Remo e Paysandu não devem o que o Cruzeiro deve, mas tem torcida igual para cobrar. No Pará, o valor de mercado é mais atrativo, mas o investimento para a roda girar e subir a estrutura é algo bem desafiador. Para essas bandas, teria que ser um investimento a longo prazo, sabendo o que precisa gastar, sem saber quando teria o retorno.

Apito final.

Andaram falando de SAF na Tuna Luso essa semana. A Tuna não vende, a Tuna pode comercializar jogadores e também não custaria tanto. Não trabalha com cobrança e possui espaço físico para montar uma bela estrutura.

A Tuna com uma SAF que tenha expertise no negócio futebol, não tenho dúvida que poderia ultrapassar Remo e Paysandu com os seus modelos atuais. Falo em ultrapassar desportivamente mesmo. Ela já fez isso sem SAF um dia!

Seria bem bacana que colocassem de volta no Baenão as cadeiras em alvenaria, melhorasse as cabines de imprensa e o estádio recebesse um placar eletrônico decente. Esses investimentos serão necessários.

Rádio Liberal FM e as plataformas digitais do Grupo Liberal darão início às sabatinas com os quatro candidatos à presidência do Clube do Remo. A ordem foi definida por sorteio com as assessorias dos candidatos. Boa sorte!

Abner Luiz