Nem tudo está errado!

Ao ser desclassificado, o Clube do Remo tenta arrumar a casa, começando pela demissão do treinador Márcio Fernandes. Márcio levou o Remo aos 27 pontos, algo bem diferente do que o clube fez no ano passado, quando foi dado até como rebaixado.

O treinador perdeu peças importantes no meio da campanha, como os meias Carlos Alberto e Paker, além do zagueiro Jansen e por último o meia Garré. Até mesmo quando começou a jogar bem, Zotti ficou fora do jogo decisivo e o titular do ataque, Gustavo Ramos, também ficou fora, após levar o terceiro amarelo. O time não conseguiu recompor essas peças. Não havia ou não há no grupo peças de reposição.

Mesmo com a chegada de Marcão, Eduardo Ramos e Neto Baiano, o time não conseguiu manter a pegada da primeira parte da competição, quando o Remo sempre figurou na parte de cima da tabela. Para quem culpa unicamente ao treinador, todos esses fatores somados podem servir, sim, de explicação.

Agora, a diretoria pensa em dispensar de quatro a cinco atletas, trazer dois reforços para a disputa da série C e fundamentalmente, contratar um treinador para já jazer parte do projeto para o ano de 2020.

Mesmo desclassificado, deixando o seu cliente (torcedor) triste, há, sim, motivos para elogiar. O clube ganhou o campeonato paraense, reabriu o Baenão, está em dias com pagamentos de seus funcionários e jogadores... e porque não destacar também a campanha na Série C, com média de público e renda superiores?

O futebol tem dessas coisas, com menos ou mais erros, quando a bola não entra e o resultado não vem, ninguém pode achar que tudo está errado. Na própria reunião do conselho deliberativo, um dia após a eliminação, não houve qualquer questionamento. Como erro pontual, mais uma vez o nível de contratações foi o ponto alto, às vezes por questões financeiras, às vezes por má escolha mesmo - e fundamentalmente, a intromissão de gente que pouco entende, mas que carrega a carteira de diretor de futebol.

O presidente Fábio Bentes tem condições de corrigir principalmente sua assessoria de futebol, dar ao Remo a representatividade que o futebol precisa, sendo representado por gente cascuda, de boa relação e conhecimento de mercado. Penso que o fator agradecimento pelo apoio nas eleições já foi bem dado, mas agora a cobrança que vem da arquibancada precisa de resposta.

Essa torcida, jamais se afastará. Exemplos já foram dados, mas há um cansaço natural, pelo “morrer” na beira. Porém, dessa vez, é notória a seriedade, compromisso, transparência da administração, que incorretamente será sempre colocada em cheque, quando em campo o time não responder. Um conselho ao presidente Fábio Bentes: “Se cerque dos melhores”. Os melhores para administrar o futebol, os melhores para vestir a camisa e os melhores para comandar o grupo de jogadores.