A base é um ledo engano no Pará
Basta perguntar a Remo e Paysandu quanto investem anualmente nas categorias de base para se deparar com a realidade constrangedora da formação de jogadores no Pará. Para se ter uma ideia, os clubes torcem o nariz para a folha de pagamento dos profissionais, muitas vezes de qualidade duvidosa, que se esforçam para formar jogadores e cidadãos com recursos mínimos. O imediatismo por resultados e a necessidade de agradar aqueles que comandam os clubes inviabilizam qualquer "perda" de tempo com investimentos de longo prazo na base. Sem perceber, tornam-se os verdadeiros inimigos do futebol do futuro.
A FPF tenta ajudar
Dentro de sua plataforma de projetos, a Federação Paraense de Futebol (FPF) busca aumentar o número de jogos para as categorias de base, especialmente em competições nacionais. No entanto, a infraestrutura é precária: faltam campos de qualidade para sediar as partidas. Além disso, mais jogos geram mais despesas com arbitragem e logística, e se a FPF não arcar com esses custos ou reduzi-los, os clubes acabam sobrecarregados. Ainda assim, os times frequentemente promovem dois ou mais jovens ao elenco profissional apenas para dizer que utilizam a base — mas eles raramente são aproveitados em campo.
O maior absurdo é o Parazão!
Há tempos, Remo e Paysandu não têm jogadores paraenses em suas equipes titulares no campeonato estadual. Não me refiro apenas aos atletas formados na base, mas a qualquer jogador local, mesmo que revelado por outro clube. É inadmissível que, em um campeonato regional, não haja representantes da própria região. Embora seja difícil comparar com outras praças, onde as realidades das competições diferem, a situação local chama atenção. Com Remo e Paysandu na Série B, será que veremos algum jogador paraense em campo?
Apito final
- Sempre que Sérgio Papelim concede entrevistas — geralmente ao próprio clube —, trata-se de uma perda de tempo. Ele insiste em cobrar o "time perfeito" da diretoria que ele mesmo escolheu.
- Hoje, a Curuzu estará lotada! Ninguém quer sair do estádio sem garantir que o Paysandu alcance os 46 pontos e se livre definitivamente de qualquer risco. Parece pouco? Não é, considerando todo o contexto...
- Por fim, o Galo Elétrico está de volta à elite do futebol paraense! O Independente, que já foi campeão, retorna ao Parazão, trazendo novamente aquela viagem inesquecível até Tucuruí. Nosso querido Parazão velho de guerra!