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Turista se emociona com o Círio e retorna anualmente a Belém como voluntário

O paranaense Jorge Taques é um dos voluntários da cozinha na Casa de Plácido, local de acolhida dos romeiros de Nazaré

Gabriel da Mota

O aposentado Jorge Luiz Taques, de Foz do Iguaçu, é um exemplo de como o Círio de Nazaré atrai turistas e devotos de diversas partes do Brasil e do mundo. Desde que visitou Belém pela primeira vez em 2016, ele nunca mais deixou de participar da festa, tornando-se, junto com sua esposa, voluntário na cozinha da Casa de Plácido. “Depois que a gente conhece o Círio, não tem como deixar de vir, de se apaixonar. É uma coisa inexplicável. Essa alegria, essa fé do povo paraense e de todas as pessoas que são devotas de Maria”, declara.

A jornada de Jorge e sua esposa começou por meio de um casal de inquilinos que tiveram em Curitiba, que os incentivaram a conhecer a maior festa religiosa do Brasil. "Eles falaram que era para a gente vir conhecer o Círio. Foi através desse casal que a gente teve contato com a festa. Viemos como turistas em 2016 e, a partir de lá, nos envolvemos com o trabalho de voluntários", relembra. No ano seguinte, já estavam inscritos como voluntários, atuando diretamente na preparação dos alimentos servidos aos devotos. "A partir de 2017, nós começamos a trabalhar na cozinha do Círio, e assim tem sido todos os anos", conta.

A dedicação ao trabalho voluntário no Círio é, para Jorge, uma forma de retribuir o acolhimento que recebeu em Belém e de fortalecer a própria fé. Ele acredita que seguir o exemplo de Maria, mãe de Jesus, é parte fundamental de sua missão anual no evento. "Cada ano que o Círio acontece, é uma novidade para a gente. Sempre nos emocionamos e nos doamos cada vez mais. Assim como Maria saiu da sua cidade para visitar sua prima Isabel, nós também saímos da nossa cidade, de Foz do Iguaçu, para nos dedicarmos aos nossos irmãos", reflete, emocionado.

Além de participar das atividades da festa, Jorge também se tornou um grande admirador da história e arquitetura religiosa de Belém. Em sua visão, a cidade tem um enorme potencial para o turismo religioso e cultural, que poderia ser mais explorado. "Acho que Belém deve incentivar os turistas a conhecer suas igrejas, museus sacros e festividades religiosas. A Basílica de Nazaré, por exemplo, tem uma arquitetura e uma história muito ricas, com doações feitas por famílias que estão impressas no teto da igreja", sugere. Ele também destaca a importância de agências de turismo especializadas para guiar os visitantes pelos pontos históricos e religiosos da capital paraense.

O vínculo que Jorge estabeleceu com o Círio e com a cidade vai além do evento em si. Ele e sua esposa, casados há quase 40 anos, encontraram em Belém uma segunda casa, graças à amizade que construíram com uma moradora local, dona Maria José. "A conhecemos durante uma peregrinação de apartamento em apartamento no Sírio aqui no condomínio. Desde 2018, ela nos convida para ficar em seu apartamento durante o evento, o que tornou nossa estadia ainda mais especial", relata.

Para Jorge, o momento de deixar Belém sempre é marcado por uma profunda emoção, mas também pela esperança de voltar no ano seguinte. "Toda vez que temos que partir, é um momento difícil, porque deixamos para trás amigos e momentos tão especiais. Mas sempre partimos com o gostinho de quero mais, na certeza de que, se Deus quiser, estaremos aqui de novo no ano que vem", conclui.

Círio 2024