Promesseiras da corda do Círio relatam histórias de milagres familiares

A recuperação da saúde de entes queridos motiva Paloma e Gabriela a sacrificarem o corpo na corda de Nossa Senhora de Nazaré

Gabriel da Mota
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Dentre as histórias de superação e devoção que afloram no Círio, estão as de Gabriela Gurjão e Paloma Oliveira: promesseiras da corda da Trasladação e da grande procissão. Ano após ano, elas expressam sua gratidão a Nossa Senhora de Nazaré por graças alcançadas não diretamente em suas vidas, mas na de familiares: filho e pai, respectivamente.

A promotora de vendas Gabriela Gurjão, mãe de um menino de 11 anos, relembra os momentos de desespero ao ver seu filho nascer com sérias complicações. "Quando ele nasceu, ele já passou da hora e foi direto para a UTI. Os médicos não deram esperança. Ele chegou a pesar 900 gramas e os médicos disseram que ele não tinha a mínima chance de sobreviver", recorda. Em meio à dor, ao ser forçada a se afastar do hospital para cuidar de sua própria saúde após a cesariana, Gabriela recorreu à fé. "Cheguei em casa arrasada, me ajoelhei diante da imagem de Nossa Senhora de Nazaré e pedi que ela intercedesse pela vida do meu filho. Prometi que, se ele sobrevivesse, eu iria todos os anos acompanhar o Círio e pagar minha promessa na corda", conta emocionada.

O que parecia impossível, aos poucos, começou a se transformar. "Depois de três dias, meu marido voltou do hospital com a notícia de que nosso filho havia saído do estado grave e estava estável. Ninguém sabia como ele havia tirado os aparelhos que o mantinham respirando. Para mim, foi um milagre", relembra. Desde então, Gabriela participa do Círio anualmente, sempre acompanhada pelo grupo "Unidos pela Fé". "Já são dez anos que vou na corda, pagando a promessa pela vida do meu filho. É uma forma de agradecimento eterno", afirma.

Pai que sobrevive sem o estômago

Outra história de fé inabalável é a de Paloma Oliveira, terapeuta ocupacional, que fez uma promessa em um momento crítico da vida de seu pai. "Em 2003, meu pai, que era vigilante de carro-forte, sofreu um assalto e foi baleado. Ele levou dois tiros, um perto do coração e outro no braço. Sobreviveu, mas anos depois, devido aos resíduos da bala, ele teve que passar por uma cirurgia de emergência e perdeu o estômago", relata. A situação foi angustiante, e a família temeu pelo pior. "Os médicos disseram que ele poderia morrer a qualquer momento. Foi um momento de desespero total", relembra Paloma, com a voz embargada pela emoção.

image Paloma com o pai pós-recuperação e outros familiares (Arquivo pessoal)

Em meio ao caos, Paloma e sua família se voltaram para a fé. "No outro dia, eu falei para minha mãe: 'Vamos na igreja, vamos pedir para Nossa Senhora de Nazaré pela vida do papai'. Fiz a promessa de que, se ele sobrevivesse, eu iria sempre na corda enquanto tivesse vida", diz. Desde então, mesmo com as dificuldades de seu pai, que até hoje vive com limitações físicas e passa por episódios de anemia e fraqueza, Paloma mantém sua promessa. "Teve apenas dois anos em que não pude participar porque morei fora, mas voltei para continuar pagando minha promessa. Até hoje, eu vou na corda da Trasladação", afirma.

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