Para ajudar devotos da Trasladação, família transforma a casa em ponto de distribuição de água

O gesto de solidariedade, que começou de forma despretensiosa, tornou-se uma tradição marcada pela fé e devoção

Gabriel Pires
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Em meio à multidão que acompanha a Trasladação, um dos grandes momentos entre as procissões do Círio de Nazaré, a família da estudante Maria Vitória Silva, 26, tem uma missão especial, transformando a própria casa em ponto de distribuição de água. O gesto de solidariedade, que começou de forma despretensiosa, tornou-se uma tradição marcada pela fé e devoção. Agora, juntos, eles compartilham, também, esperança para aqueles que mais precisam, como uma forma de suavizar o cansaço da romaria.

Segundo Maria Vitória a iniciativa iniciou ainda em 2019. “Começou um pouco antes da pandemia. A minha madrinha, que tem um consultório de Fonoaudiologia, queria iniciar a distribuição de água com alguns pacientes jovens que ela têm.”, conta Maria Vitória. A ideia ganhou força, especialmente com o envolvimento do pai, que fazia parte da Guarda de Nazaré e notou a dificuldade dos romeiros em encontrar água durante o percurso. 

“A partir daí, começamos a distribuir para os guardas e, à medida que aumentava a quantidade de água, estendemos também aos romeiros da corda. Tudo começa quando a gente vê a primeira estação da corda. Os guardas já sabem e vêm buscar a água”, explica a estudante. A ação também tem mais uma motivação: “A minha avó conseguiu comprar esse apartamento nesse edifício e foi uma graça de Nossa Senhora. Fazemos isso em forma de agradecimento”.

No entanto, o sentimento de gratidão logo se misturou à percepção de uma necessidade real: “Víamos o quanto as pessoas passavam sufoco aqui na frente, e isso nos motivou ainda mais”. Juntamos o agradecimento com a necessidade. O sentimento é de gratidão por tudo. E que Nossa Senhora continue sempre abençoando todos que participam”, acrescenta a estudante ao lembrar da expectativa de realizar a ação deste ano.

Hoje, o ponto de distribuição está localizado na garagem do edifício Vila Rica, no bairro de Nazaré, onde a família de Maria Vitória mora. É ali que ela, os familiares e amigos montam a base para distribuir água gelada e natural, tanto para refrescar os romeiros quanto para saciar a sede de quem passa pelo local. “Nosso diferencial é que a gente tem água gelada. Então, além da água natural que usamos para jogar nas pessoas, também oferecemos água gelada para quem quiser beber”, explica.

image "É incrivelmente satisfatório fazer essas doações", diz estudante. (Foto: Thiago Gomes / O Liberal)

Solidariedade

Apesar da simplicidade da ação, esse gesto de solidariedade é envolvido por uma força-tarefa. Com cerca de 20 a 30 pessoas envolvidas, entre familiares e amigos próximos, eles conseguem distribuir milhares de copos d'água durante a Trasladação, além das doações recebidas. “Esse ano, já conseguimos arrecadar cerca de 8.800 copos de água. Nossa meta é chegar a 10.000 copos”, afirma Maria Vitória, destacando o esforço da família em receber doações desde agosto durante as peregrinações e divulgações nas redes sociais.

água na trasladação

Para Maria Vitória, o trabalho é cansativo, mas muito gratificante. “É incrivelmente satisfatório fazer essas doações. Apesar de ser exaustivo, a gente sabe que está fazendo diferença na vida de muitas pessoas, mesmo que seja com um simples copo d’água.” Ela expressa gratidão por poder continuar essa tradição familiar: “Nosso maior pedido é que Nossa Senhora continue abençoando todas as famílias e que tenhamos saúde para continuar por muitos anos”.

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