Oração e ação se intensificam durante o Círio
IRMÃS – Comunidades religiosas se desdobram nas tarefas de evangelizar e garantir ajuda aos que mais precisam nesse momento de pandemia
Por ser o berço tradicional onde começa e termina a grande festa religiosa e cultural que é o Círio de Nazaré, a comunidade religiosa do Colégio Gentil Bitencourt adota uma rotina de organização e logística, mas principalmente espiritual.
As religiosas da Congregação das Irmãs Filhas de Sant’Ana, fundada na Itália pela beata Madre Rosa Gattorno, há 153 anos, cumprem sua missão em hospitais, comunidades eclesiais fora e dentro do Brasil, creches, abrigos e escolas.
“No Brasil, há duas províncias e uma delegação e, atualmente, a comunidade religiosa do Colégio Gentil Bittencourt é composta por cinco irmãs”, explica a diretora administrativa, Ir. Maria Dita da Silva.
Nos meses que antecedem ao Círio, elas promovem encontros de formação com a comunidade escolar, mini Círio com as crianças, vigílias, adorações, oração do terço, concurso de redação, entre outros.
“Vivenciamos de maneira muito intensa este rico momento de evangelização, por acolhermos os visitantes que buscam conhecer um pouco mais a história da primeira imagem peregrina e a capela onde ela permanece ao longo do ano”, informa a diretora pedagógica, Ir. Suely Soares.
Ela fala de tempos delicados de isolamentos, medos, incertezas diante do “novo normal” imposto pela realidade pandêmica, mas avalia que a fé e a ação focada fazem ressurgir possibilidades, equilibrando tradição e inovação.
“A distância para nós definitivamente não é mais dificuldade, é uma oportunidade, por isso iremos vivenciar e celebrar este tempo de festividade mantendo e inovando a nossa programação do Círio, de modo online e presencial. Vamos manter o Círio das crianças, visita da imagem de Nossa Senhora nas casas dos alunos, peregrinação interna nos setores da escola, participação na adoração do Círio e na redação temática”, explica.
MISSIONÁRIAS
O Instituto Irmãs Missionárias da Santíssima Trindade se dedica à oração e à evangelização por meio de atividades de formação junto às comunidades paroquiais na Arquidiocese de Belém. No Círio, a rotina das religiosas não se altera, mas se intensifica.
“O foco do nosso trabalho são as comunidades ribeirinhas ligadas à Pastoral das Ilhas, além do trabalho de evangelização pela Comunicação Social na Fundação Nazaré de Comunicação e nossa atuação junto à Residência Episcopal. Então, nossas atividades se intensificam a partir do auxílio que prestamos a todas as comunidades que se envolvem na festa mariana. É um momento muito especial da vivência da nossa fé e confiança na intercessão de Nossa Senhora, o que, naturalmente, suscita em nós um envolvimento muito maior pela evangelização”, explica a Irmã Missionária Carmen Silva,
Entre os principais preparativos para o Círio, ela destaca a participação nas reflexões sobre a devoção mariana, especialmente na Rádio Nazaré FM, de forma rotineira, e na programação especial para o Círio.
“A pandemia revelou um grande esforço das pessoas para enfrentar este tempo e, com ele, todas as enormes lacunas deixadas, sobretudo, para quem teve entes queridos falecidos. Foi intensa a procura do povo de Deus pela Igreja. Fazia-se necessário fortalecer-nos ainda mais na oração para acolher irmãos que, de todas as direções da Arquidiocese, buscavam entregar-se a uma esperança. Isto veio pela vivência da fé e também nos colocamos a serviço da Igreja, buscando oferecer aos nossos irmãos a mensagem de vida, amor e paz”.
De todas as dificuldades vivenciadas, ela destacou as necessidades materiais das comunidades ribeirinhas e da região metropolitana, mais sofridas do que nunca com o isolamento social.
“A escassez da alimentação, por exemplo, foi algo que nos mobilizou, concentrando esforços e buscando ajuda junto aos nossos benfeitores. Apesar de significativa doação de alimentos que conseguimos para estes nossos irmãos, ainda há muito a ser feito por eles”.
Quando comenta sobre a nova realidade que o vírus impôs, ela lembra que o Instituto precisou adaptar-se para acompanhar as inevitáveis mudanças. “Apesar da necessidade de distanciamento, permaneceu em nós a mesma disposição e compromisso de fazer chegar pelos nossos meios de comunicação, a mensagem de amor de Deus pelos seus filhos, animados pelo amor, pela doação, e pela disposição missionária, a exemplo de Nossa Senhora de Nazaré”.
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