Feira do Artesanato do Círio tem 45 mil visitantes e ultrapassa em 65% a meta de vendas
Brinquedos de miriti e instrumentos musicais artesanais estão entre os produtos com maior saída.
Mais de 492 mil reais em negócios e um público de 45 mil pessoas. Esse é o balanço parcial da Feira do Artesanato do Círio, informado nesta terça-feira (12), pela coordenadora da FAC, Vera Lúcia Rodrigues Herculano. O evento foi montado, de 5 deste mês até esta terça-feira, 12, no estacionamento do Porto do Futuro, no bairro da Reduto, em Belém.
Entre os artesanatos com maior volume de vendas, destaque para os brinquedos de miriti, as cerâmicas, instrumentos musicais feitos de madeira, sementes e troncos, e, também, artigos produzidos com fibras vegetais, como agendas, porta-canetas, bolsinhas etc. Todos venderam todo o estoque.
A coordenadora da FAC, Vera Lúcia, Herculano, enfatizou que já no sábado (9), a feirinha ultrapassou em 65% o volume de vendas estimado pelo Sebrae, para o evento, que era R$ 300 mil, e no sábado, já registrava R$ 327 mil.
"O espaço ajuda bastante porque o turista por si só já vem visitar o parque, mas a feira também está atrativa, ampliada. No ano passado eram 24 estandes, por causa da alta dos casos ainda na pandemia'', afirmou a coordenadora.
Este ano, a FAC reuniu 60 estandes e 58 expositores. "E no Arraial de Nazaré (em frente ao Centro Social na Praça Santuário), há também uma loja colaborativa do Sebrae, com 80 empreendimentos e uma diversidade de artesanatos. Lá também as vendas e o público foram ótimos, mas ainda não temos o balanço de lá, estamos fechando", informou a analista do Sebrae, Vera Lúcia Herculano.
Artesão de Oeiras do Pará, no Baixo Tocantins, Alexandre Paulemy Monteiro da Silva, de 45 anos, vendeu o estoque de vários de seus instrumentos musicais feitos com matéria-prima da floresta, como madeiras, sementes, ouriços, cascas e troncos.
"Dez. Dez. Porque a feira trás a possibilidade de eu trazer os meus produtos de Oeiras do Pará e vender para o mundo. São 12 horas de barco até Belém e vendi para gente do nosso estado, mas também de Pernambuco, Brasília (DF), Rio de Janeiro, e, ainda, da Itália e dos Estados Unidos", disse Alexandre Paulemy.
O estande de Alexandre estava completamente esvaziado. Eu trouxe 300 unidades, a vinte reais, do apito da mata. Ele imita o som de qualquer pássaro, sozinho, vendi todos. Não tenho mais nenhum. Trouxe também ganzá, uma espécie de chocalho, a 20 reais, saiu também tudo, graças a Deus. O tambor-chocalho, que é tambor e chocalho como o nome está dizendo, também saiu todo, estava 40 reais, a unidade. A flauta só tem essa e o agogô, do ouriço da castanha-do-Pará, foi todo. O agogô trouxe 50 unidades, vendi todos a 50 reais", contou contente Alexandre Paulemy.
Para o artesão de Abaetetuba, Vanderson Brito Oliveira, de 32 anos, o resultado foi excelente. Ele faz e comercializa brinquedos de miriti e mais tivesse na FAC, pois várias de suas peças foram todas vendidas, nesta terça-feira.
"O principal brinquedo que o pessoal gosta é o pato no paneiro. Eu trouxe 30 patos no paneiros, a 25 reais, ficaram só dois. Rapaz, o povo adorou também meus quadrinhos de passarinhos, a 25 reais, saíram todos", contou Vanderson Oliveira.
Ele explicou que em um dia, em Abaetetuba, é capaz de fabricar 25 peças, com a ajuda de um grupo de artesãos que trabalham com ele. Vanderson disse que tem um grupo de ajudantes e uma lojinha no município.
"A gente prepara, exporta e comercializa nas feiras. Minha lojinha fica próximo do terminal. As vendas foram boas, agora, é pagar os fornecedores do miriti, jupati, dos paneirinhos, da tinta, das talas, tudo de Abaeté, então nosso trabalho gera emprego e ajuda muita gente, outras famílias", enfatizou Vanderson, que já trabalha há 11 anos com brinquedos de Miriti e, há quatro anos, vem a Belém pela época do Círio.
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