‘Nossa caminhada visa evangelizar o próximo’, diz coordenador do grupo de romeiros Irmãos na Fé

Peregrinação tem duração de cerca de 23 horas e percorre 73 quilômetros, saindo de Castanhal rumo à Basílica Santuário

Fabyo Cruz, especial para O Liberal
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Todos os anos, no mês de setembro, cerca de 30 pessoas saem a pé, do município de Castanhal, na Região Metropolitana de Belém (RMB), rumo à capital paraense, numa demonstração de superação, fé e devoção à Nossa Senhora de Nazaré. Formado por amigos que se conheceram na Guarda de Nazaré, o grupo chamado "Irmãos na Fé" cresceu ao longo do tempo com a adesão de familiares e novas amizades.

Apesar de não ter vínculo oficial com a organização do Círio, a peregrinação, que tem duração de cerca de 23 horas e percorre 73 quilômetros, chama atenção pelo exemplo de fé e determinação dos romeiros, que ocorre há sete anos. O grupo ficou conhecido também por ser o primeiro que vem caminhando até a Basílica Santuário de Nazaré. A jornada inicia às 18h, quando os peregrinos deixam a cidade para chegar na igreja, por volta das 12h do dia seguinte.

Diferente dos cinco primeiros anos, a pandemia do coronavírus reduziu o número de participantes do grupo Irmãos na Fé. No entanto, mesmo com a quantidade de romeiros limitada, a turma não se deixou abalar e concluiu mais uma caminhada em 2021. Para Emanuel Rossas, um dos coordenadores da equipe, o objetivo principal deles é a evangelização.

“Além do objetivo de cada um individualmente falando, eu acho que a grande importância para nossa caminhada é a evangelização, pois quando as pessoas nos veem encaminhando quilômetros até chegar na Basílica, com uma camisa onde a imagem de Nossa Senhora está estampada, enquanto a gente caminha rezando o terço, faz com que as pessoas também consigam enxergar, nesse exemplo, algo de especial na vida delas para conseguir enxergá-la com o olhar da Fé”, disse Emanuel Rossas.

O coordenador do grupo conta também que a caminhada representa para cada um dos peregrinos um momento de oração e agradecimento por um ano de bençãos. “Esse é o sétimo ano que realizamos a caminhada de Castanhal, que surgiu com um grupo de companheiros de trabalho, cada um tinha seu objetivo de ser feito para agradecer ou fazer pedidos. Após a minha entrada na Guarda de Nazaré outras pessoas se interessaram pelo caminho. Começamos com cinco participantes e já chegamos a 35, mas com a pandemia, cerca de 15 romeiros estiveram com a gente neste ano”, detalhou.

Para o devoto de Nossa Senhora, o sentimento de saudade é grande, mas ele acredita que no momento certo tudo irá ser restabelecido. Emanuel pede à padroeira dos paraenses que a saúde da nossa gente possa voltar a ser restabelecida e, em breve, uma das maiores procissões do país volte a ocorrer nas ruas de Belém.

“Sinto muitas saudades das procissões da forma como o Círio é feito tradicionalmente, espero sim que no próximo ano consigamos fazer a festa religiosa normalmente, sem nenhuma restrição,  porque a gente percebe que a vacinação tá dando efeito e que os casos têm diminuído bastante. Caso a pandemia tenha seu fim, queremos aumentar o número de participantes no próximo ano, dar um pouco mais de estrutura e conforto a todos que participaram”, espera.

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