Paulo Henrique Ganso leva o Círio na memória por todo o mundo

O Liberal
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Para o jogador paraense Paulo Henrique Ganso, o Círio de Nazaré é a maior e mais bonita manifestação religiosa do mundo. “Todos sempre se emocionam quando comento sobre o Círio por onde passo”, comenta. Belém é seu destino sempre que possível na época Festa, onde o prato preferido, pato no tucupi, está sempre na mesa. “Mas não da pra deixar de lado a maniçoba também, né?! Uma maniçoba feita no capricho e com todos os ingredientes tem seu valor”.

Ganso conta que é impossível tirar da memória as cenas que marcam um Círio quando se é acostumado com a Festa. “As pessoas andando, os promesseiros, a corda, a berlinda. É tudo muito mágico e bonito”. Em tempos de pandemia, quando mais uma vez teremos Círio, mas não as procissões, Ganso deixa uma singela mensagem. “Vamos seguir com nossa fé, cuidando um dos outros para que possamos celebrar a vida com muita alegria depois que tudo isso passar. E espero estar presente no Círio assim que as coisas voltarem ao normal”.

Mesmo sem procissões, cerca de 30 mil pessoas devem visitar Belém no Círio, injetando algo em torno de R$ 60 milhões na economia.

A reinvenção do Círio em tempos de pandemia também retirou o trabalho e renda de milhares de pessoas. Este ano, por exemplo, o Arraial de Nazaré vai reunir apenas 28 dos 103 permissionários com autorização para o uso de barracas. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2019, ano da última procissão nos moldes normais, o Estado recebeu cerca de 2 milhões de pessoas e movimentou mais de R$ 1 bilhão na economia. Dos 60 mil empregos gerados nesse período, mais de 90% eram informais.

A boa notícia é que 2020 chega com uma modestas, mas essencial reação do chamado turismo religioso, que, por ano, movimenta cerca de R$ 15 bilhões no Brasil. O Pará fica com a maior fatia, algo em torno de R$ 120 milhões/ano. A artesã Camila Miranda, 46, que toca o negócio ao lado do marido, Lucas Freitas, 47, sente que o momento é bom.

“Uma de nossas clientes nos pediu que moldássemos as mãos de sua mãe em posição de oração coberta por um terço e assim fizemos. A peça ficou linda. Então resolvemos lançar esse ano o projeto “Círio Memorável”, conta Camila. As vendas cresceram ao ponto de lotar a agenda mesmo agora, um mês antes da Festa.

Com mais de 50% dos paraenses vacinados com a primeira dose contra a covid-19, a expectativa é que muita gente saia às ruas no domingo do Círio. Esse cenário anima outra artesã, a Andrea Ferreira, 54.

“Comecei a trabalhar com artesanato em 2012, quando criei a Artesanta, marca que representa meus trabalhos. Com a proximidade do Círio, as encomendas aumenta em até 70%”, conta Andrea. Ventos que reascendem a esperança para esses e tantos outros paraenses. Afinal, esperança é algo que nunca falta no Círio.

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2ª Edição
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