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‘Como se fosse o primeiro’, diz diretor de procissões do Círio há 15 anos no cargo

Apesar da ampla experiência, Antonio Sousa revela que ainda se surpreende a cada edição da festa nazarena

Gabriel da Mota

Com 20 anos de experiência na Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), Antônio Sousa, diretor de Procissões em 2024, sublinha a singularidade e o constante desafio que cada edição do Círio representa. Ele também revela que não planejava ficar por tanto tempo na organização do evento. “Eu me preparei pra participar de um a dois anos, mas fui ficando. A Diretoria é renovada a cada ano e, às vezes, a gente é reconduzido”, comenta o responsável pela logística e infraestrutura das atuais 14 romarias oficiais.

“Toninho”, como é conhecido pelos mais próximos, passou por outras quatro diretorias da Festa de Nazaré antes de se fixar na de Procissões. Há 15 anos, a missão dele é garantir todos os meios necessários para a segurança e viabilidade das romarias nazarenas, desde cuidados com a saúde dos promesseiros até a infraestrutura urbana.

A mais recentemente incluída está indo para sua segunda edição: a da Acessibilidade, criada em 2023. “A inclusão dessa procissão foi um presente, porque nós podemos preparar com maior cuidado para essa população que tem crescido”, diz Antônio, referindo-se ao público com deficiências e baixa mobilidade. O diretor projeta um crescimento significativo dessa procissão nos próximos anos: “O sucesso foi tão grande que eu tenho certeza que ela vai crescer muito ainda”, afirma.

Na percepção de Sousa, a Romaria da Juventude também se destacou no último ano, pelo número de participantes.

“A juventude cresceu muito e se fortificou. Este ano, ela sairá do Santuário de Aparecida, lá na Pedro Miranda, até a Basílica de Nazaré”, detalha.

Questionado sobre como a organização lida com o aumento de público, Antônio ressalta que apenas duas romarias mudam de percurso (Juventude e Procissão da Festa), o que demanda trabalhar alternativas para viabilizar o fluxo de cada vez mais pessoas no mesmo espaço físico. Uma das ações é impedir que veículos ocupem as esquinas com as ruas transversais, para que os espectadores encontrem saídas em situações de superlotação.

Corda mais segura

Para evitar a soltura do elo entre a corda e as estações (estruturas de metal), assim como ocorrido na Trasladação de 2023, testes de resistência foram intensificados na mesma empresa local que produziu a corda no ano passado, com fibras de juta. “O nó não estava preparado para essa situação, mas fizemos um trabalho de testes para que tivéssemos a corda no nosso estado com cuidado para evitar esse acidente,” explicou.

Para Antônio Sousa, o Círio de Nazaré é sempre transformador.

“É uma emoção muito grande. Eu vivo o Círio como se fosse a minha primeira experiência. É um crescimento como pessoa e como humano”, compartilha.

Além disso, ele atribui a Nossa Senhora de Nazaré a força e a paciência para superar os desafios. “Ela é a mãezona que nos dá força e nos mostra o caminho. Tenho certeza que vai ser maravilhoso”, declara, confiante no sucesso do evento deste ano.

A cobertura do Círio 2024 em O Liberal tem o apoio do Instituto Cultural Vale e o patrocínio da Bet.Bet.


Círio 2024