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Círio de Nazaré é evento de massa referência para atendimentos da Cruz Vermelha em todo o mundo

Presidente da Cruz Vermelha Brasileira no Pará diz que 'tudo pode acontecer' no Círio

Gabriel da Mota

Anualmente, o Círio de Nazaré mobiliza milhões de devotos e milhares de voluntários no segundo domingo de outubro em Belém. A Cruz Vermelha Brasileira (CVB) no Pará desempenha um papel essencial no suporte aos romeiros e visitantes, garantindo atendimento médico e emergencial durante toda a festividade, tanto nas procissões oficiais quanto no suporte aos romeiros que caminham desde municípios ao longo da BR-316 até a capital paraense. Em entrevista ao Grupo Liberal, Isaías Skeete, presidente da Cruz Vermelha no Pará, detalhou como funciona a preparação e a mobilização dos voluntários para o evento de 2024.

A CVB começa seus preparativos para o Círio assim que a edição anterior termina. O planejamento é minucioso e leva em conta as estatísticas e experiências do ano anterior. "Quando termina um Círio, já começamos a nos preparar para o próximo", explica Isaías. Em 2023, cerca de 19 mil voluntários participaram dos esforços de apoio ao evento, e a expectativa é mobilizar um número semelhante em 2024.

Os voluntários são recrutados de diversas formas, incluindo parcerias com universidades e escolas, além de campanhas nas redes sociais. A maioria é composta por membros efetivos da Cruz Vermelha, enquanto outros são temporários, participando apenas durante o evento. A preparação inclui treinamentos específicos para o Círio, com instruções sobre como prestar primeiros socorros, manusear padiolas e lidar com diversas situações de emergência. 

No ano passado, voluntários de outros estados e até de fora do país vieram a Belém conhecer a chamada Operação Círio.

“Da Cruz Vermelha, não digo nem do Brasil, mas do mundo, é o maior evento de massa que a gente tem notícia. A gente tá falando de mais de 2 milhões e meio de pessoas nas ruas no domingo. Então, eles vieram aqui pegar experiência com a gente para usar”, pontua Skeete.

A Cruz Vermelha monta 25 postos de atendimento ao longo do percurso das procissões, incluindo o Círio, a Trasladação e outras romarias menores. Esses postos são equipados com médicos, enfermeiros, psicólogos e voluntários preparados para atender desde casos simples, como desmaios e ferimentos leves, até emergências mais graves, como infartos e abortos. "Tudo acontece no Círio: desde agressões, até remover vítimas de helicóptero para o hospital", relata Isaías.

Além dos atendimentos durante as procissões, a Cruz Vermelha também oferece suporte aos romeiros que vêm caminhando de outras cidades. Com cerca de 17 postos de acolhida ao longo da BR-316, avenidas Almirante Barroso e Magalhães Barata, a instituição presta primeiros socorros, oferece alimentação e apoio moral, garantindo que os peregrinos cheguem em segurança à Basílica Santuário de Nazaré. Esses postos funcionam até a manhã do sábado véspera da grande procissão, para que seja possível o redirecionamento das equipes para a Trasladação (à noite) e o Círio (no dia seguinte). "Ninguém faz nada sozinho. Existem outros órgãos que participam do circuito, mas o grande atendimento quem faz, hoje, ainda é a Cruz Vermelha", ressalta.

O envolvimento pessoal de Isaías com a Cruz Vermelha começou há 15 anos, inspirado por um chamado para voluntários motociclistas que pudessem ajudar a tirar ambulâncias da multidão durante o Círio. Desde então, ele tem participado ativamente, eventualmente assumindo o cargo de presidente da Cruz Vermelha no Pará. Para ele, o trabalho durante o Círio é uma forma de retribuir à comunidade e de sentir a energia positiva que o evento proporciona. "Independente da religião, há uma energia boa que você sente no Círio de Nazaré. É algo inexplicável", comenta.

A cobertura do Círio 2024 em O Liberal tem o apoio do Instituto Cultural Vale e o patrocínio da Bet.Bet.


Círio 2024