Círio 2023: feita em solo paraense, nova corda fará sua estreia na Trasladação neste sábado

Outra mudança nas festividades deste ano é que agora a corda é feita com malva, planta amazônica

O Liberal
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O povo paraense vai viver momentos de muita emoção e fé neste sábado (7), na segunda maior procissão do Círio de Nazaré, a Trasladação, que leva a imagem de Nossa Senhora de Nazaré do Colégio Gentil Bittencourt até a Catedral de Belém. Um dos objetos que representam a fé dos devotos é a corda, que fica atrelada à berlinda e é utilizada pelos fiéis como meio de "pagamento de promessas". Neste ano, pela primeira vez, o item foi feito em solo paraense.

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Com 800 metros de extensão no total, a corda foi incorporada à procissão há 138 anos - 400 metros são usados no Círio e os outros 400 na Trasladação. O material do objeto também tem novidades em 2023: de acordo com um laudo divulgado pelo Laboratório de Engenharia Civil da Universidade Federal do Pará (UFPA), a corda de 2023 é agora feita com malva - planta amazônica. A textura é mais macia e 10% mais resistente que a antiga (feita em sisal).

A Trasladação, ou procissão de luz, começa às 17h30 deste sábado (7), com expectativa de superar o número de pessoas que participaram em 2022, de um 1,4 milhão de fiéis. Antes da saída da romaria, às 16h30, haverá missa celebrada por Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo metropolitano de Belém, no altar instalado sobre um tablado em frente ao Colégio Gentil Bittencourt.

Com percurso de 3,700 quilômetros, a Trasladação faz o sentido inverso do Círio, com chegada prevista para às 23h30. A procissão terá como percurso a avenida Nazaré, avenida Presidente Vargas, rua Boulevard Castilho França, avenida Portugal, rua Padre Champagnat, terminando na Igreja da Sé. O único carro que sai em procissão na Trasladação é a Berlinda, que conduz a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. Neste ano, a decoração do andor é de Vando Nascimento.

História

Foi o próprio governador Francisco de Souza Coutinho, junto com o capelão do Palácio, Pe. José Roiz de Moura, que conduziu a primeira Trasladação. Eles levaram a imagem de Nossa Senhora de Nazaré em uma breve procissão da Matriz até o Palácio. Desde 1906, o traslado sai do colégio Gentil, na Magalhães Barata. Atualmente, a corda da Trasladação é tão disputada quanto a do Círio.

A Trasladação só passou a ter o mesmo trajeto do Círio, mas em sentido inverso, em 1988. Antes disso, ela ainda seguia até a Sé tendo a avenida Governador José Malcher como rua central do percurso. 

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