Arrastão do Círio leva cerca de 1.300 foliões às ruas em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré
Fé e cultura se unem em celebração que virou tradição entre os pavuleiros
O cortejo do Arrastão do Círio de Nazaré, que acontece desde 2002, começou após a chegada da imagem na escadinha da Estação das Docas, por volta das 11h. Após breves homenagens, o cortejo, substituindo o tradicional Boi pela Barca de Miriti, seguiu com a encenação “Ode à Amazônia”, interpretação que destaca a vida e as tradições dos povos da floresta. Após a apresentação, a festa seguirá pela avenida Boulevard Castilhos França, passando pela avenida 16 de novembro, até chegar à Praça Dom Pedro II, onde ocorrerá o show da banda do Arraial do Pavulagem.
Cerca de 1.300 pessoas participaram do arrastão este ano, segundo informações da assessoria de comunicação, sendo 700 delas envolvidas com o arrastão e outras 600 que acompanharam. A celebração reuniu fiéis que não faltam ao encontro e também atraiu visitantes de outros estados. Foi o caso da cozinheira maranhense Vanessa Castelo Branco, que descreveu o arrastão como uma oportunidade de respirar “cultura e religiosidade”.
O professor paraense e servidor público Antônio Carlos compartilha da mesma paixão pelo arrastão e explica que essa é uma oportunidade de se conectar com a cultura do estado e consigo mesmo. Ele tem deficiência visual, mas não menciona qualquer obstáculo para prestigiar o evento, para o qual volta todos os anos. “É uma forma de me conectar comigo mesmo, com a nossa história e com a nossa cultura, com o povo”, afirma.
O Arrastão do Círio promete transformar o centro histórico de Belém em um palco de celebração cultural, com músicas e apresentações artísticas. Diferente dos famosos arrastões juninos, o cortejo de outubro incorpora símbolos próprios do Círio de Nazaré, como a Barca de Miriti, que substitui o tradicional Boi Pavulagem, em referência ao Círio Fluvial e à devoção à Rainha das Águas.
Além de ancestralidade e paixão, o arrastão se transformou em tradição, passada entre gerações, como explica Gilvana Pimentel, mãe da pernalta Isis Pimentel, de 8 anos, que, nas suas palavras, “nasceu para o pavulagem”. Isis começou a ensaiar com o batalhão aos 2 anos e, com 4 anos, se fixou na arte da perna de pau. Ela segue cumprindo o que se tornou a tradição de celebrar a cultura e a fé do estado.
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Em frente à escadinha, o Batalhão da Estrela, grupo que lidera o cortejo, reverenciou a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré com um rufar de tambores e a tradicional arqueação dos chapéus, símbolos do arrastão. O ato aconteceu quando a imagem peregrina chegou à escadinha do cais do porto.
A concentração começou às 9h, na Boulevard Castilhos França, no sentido Ver-o-Peso. Após a chegada do Círio Fluvial, o cortejo seguirá pela avenida 16 de Novembro até a Praça Dom Pedro II, onde a banda Arraial do Pavulagem fará sua apresentação ao lado de convidados especiais, encerrando mais uma edição dessa celebração que une devoção e cultura popular.
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