Círio 2022: almoço do Círio reúne famílias para comemorar e fortalecer união; vídeo
O segundo domingo de outubro deste ano é marcado pela volta das romarias em seu formato original e pela tradição das comidas típicas compondo a mesa do paraense
O almoço do Círio é famoso por reunir iguarias típicas do Pará no cardápio e por integrar os membros das famílias. Maniçoba e pato no tucupi são as opções mais escolhidas para fazer parte do momento de festa, considerado o natal do paraense. Em 2022, a romaria principal do cortejo percorre as ruas de Belém hoje (9). Depois de dois anos sem o segundo domingo de outubro em seu formato original, devido a pandemia da covid-19, a expectativa é que o momento traga ainda mais motivos para celebrar, como a união e a permanência.
A tradição de juntar as pessoas queridas para a ceia do Círio fica completa com a experiência gastronômica que a culinária regional oferece. A maniçoba está entre estes indispensáveis itens que não podem faltar na mesa do paraense e demanda um cuidado especial durante o preparo. Isso porque é necessário deixar a maniva, folha moída da mandioca e ingrediente principal do prato, no cozimento por no mínimo 7 dias. Além de ser um diferencial na região, atrai a curiosidade de muitos pelo aspecto que apresenta.
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Na casa da Marília Paradela, dentista de 59 anos, a comemoração será em dobro: junto com o almoço do Círio e o retorno desse momento tão aguardado, a família irá também comemorar o 90º aniversário da matriarca, a dona Maria, mulher que mostrou para os filhos a grandiosidade da Festa de Nazaré. “É um Círio especial, minha mãe é uma pessoa lúcida, ela está bem, graças a Deus. Então, a gente tem mais o que festejar. A família toda vai se reunir: vem gente de Manaus, de Tucuruí”, afirma.
Os preparativos começaram ainda em setembro para que não falte tempo e tudo fique conforme o planejado para a grande festa. “Já compramos todos os ingredientes, a maniva, tudo. Ela vai ficar no fogo, fervendo, até semana próximo do Círio. Coloquei toucinho branco para amaciar a folha da maniva e já começamos a nos preparar”.
A maniçoba tem presença garantida com a família, que não é de Belém e já cultiva o costume da reunião desde a década de 1960, quando migraram do Amazonas para a capital paraense em busca de melhores condições. “Viemos para cá quando eu tinha 5 anos de idade e, desde essa época, a minha mãe começou a cultivar essa tradição, que vem desde criança na minha família e foi passando. E sempre foi a comida típica que colocamos na mesa, as conhecemos aqui. Desde quando chegamos, todo ano fazemos”, destaca Marília.
Apenas ao chegar no Pará que eles conseguiram entender a dimensão do que é o Círio e a devoção pela Mãe de Jesus, sendo cada vez mais alimentada pela necessidade que sentiam de estar juntos confraternizando. “Estando lá, já sabíamos do Círio, mas não do tamanho. A gente não imagina, só quem participa, quem é mariano, sabe do verdadeiro sentido. O Círio é uma forma de você manter a tradição, a união familiar, ele tem essa capacidade de agregar a gente”, ressalta.
Almoço do Círio é tradição e representa união
Aliar a degustação das comidas típicas que são frequentes na época e o amor dos familiares é uma forma de fortalecer o elo. Marília diz que “é muito importante, porque você reunir a família mostra que você tem harmonia no seu lar. O alicerce principal é a família e você tem que fortificar isso e se você tiver uma família estruturada, passando para os filhos, a base sempre vai ficar”, finaliza.
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