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A um mês do Círio, promesseiros da corda se preparam para a grande procissão de domingo

Criado há mais de 20 anos, em Belém, o Grupo Amigos da Corda reúne mais de 70 integrantes, entre familiares e amigos

Dilson Pimentel

Faltando 30 dias para o Círio 2024, muitos promesseiros já estão se preparando para participar da grande procissão em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré, que ocorre no segundo domingo de outubro, em Belém. É o caso dos integrantes do "Grupo Amigos da Corda", que reúne, atualmente, mais de 70 pessoas.

O grupo é coordenado, há 23 anos, pelo técnico em radiologia Tom Vilhena, 50. A preparação começou em junho deste ano. Eles mandam fazer camisas e também realizam um projeto social no Guamá, bairro onde moram. Este ano, vão ser confeccionadas 72 camisas para os integrantes do grupo. Alguns participam da Trasladação, no sábado. Mas a totalidade dos integrantes acompanha o Círio, no domingo.

Na hora da entrevista, na manhã desta quinta-feira (12), Tom carregava uma pequena corda. “Essa corda, pra gente, tem um significado muito importante: ela foi confeccionada, por nós mesmos, no ano da pandemia (2020), quando não teve Círio. Foi um Círio simbólico”, afirmou.

“Na pandemia, nós participamos da missa na Igreja da Sé e, de lá, viemos em procissão no trajeto que a santa faria até chegar aqui, na Basílica de Nazaré”, contou. Tom disse que, a cada ano, o número de integrantes do grupo aumenta. “Então a gente vem mantendo as nossas promessas e gratidão a Deus e a Nossa Senhora por nos dá força para, em mais um ano, poder estar todo mundo reunido para participar da procissão de Nossa Senhora”, disse.

Filha de Tom, a estudante Maria Eduarda, 19 anos, também participa do grupo. “Estou no grupo desde que era criança, mas efetivamente participando das profissões desde 2019. Essa é a quarta vez que vou sair na corda”, contou. “Eu me preparo espiritualmente, porque o Círio é muito importante para mim. Eu fui criada em berço católico, sou de uma família católica. Então o Círio está na minha vida desde que eu sou muito pequenininha”, contou.

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Maria Eduarda também contou que, neste ano, vai agradecer pela saúde dos avós dela. “Eles já são idosos. E, também, pela minha família”, contou. A balconista Ruth Helena de Almeida, 37 anos, acompanha o Círio na corda desde 2014. “E, a cada ano que se passa, a emoção é maior. O coração está a mil, esperando o dia chegar para eu poder pagar a minha promessa”, contou.

Logo no começo, a primeira promessa foi pela conquista de sua casa. “E depois, no decorrer dos anos, eu fui fazendo promessas para os meus três filhos. Eles passaram no vestibular e, agora, se formaram. Eu pretendo acompanhar na corda até quando Nossa Senhora permitir”, afirmou. O Círio deste ano será especial para Ruth. “O meu filho (Elielson Almeida, 24 anos) se formou em Jornalismo e a minha filha, Jeniffer Almeida (26), em Pedagogia. Os dois se formaram este ano”, contou.

O motorista Edilson Vilhena, 53 anos, disse que o "Grupo Amigos da Corda" começou inicialmente com apenas cinco pessoas. Já chegou a ter quase 100. Hoje tem mais de 70 integrantes. Ele contou que, antes da grande procissão, no domingo, há um café da manhã, feito na casa de algum integrante do grupo. “No dia do Círio, nós fretamos um ônibus para nos deixar o mais perto possível do centro comercial”, contou.

Edilson afirmou que é difícil descrever, com palavras, o significado de sair na corda. “Amor a gente não fala. A gente sente. O significado da corda, para mim, é amor, respeito e dedicação”, afirmou. Edilson contou que o Círio deste ano será um momento de muito agradecimento. “Estou bem profissionalmente, bem com a minha família e bem com os meus amigos. E saber que, depois de um ano, vou reencontrar todas essas pessoas novamente no Círio é especial para mim”, disse. Ele contou que este ano, e pela primeira vez, a esposa dele (Eliana Batista) também sairá na corda, o que também será um momento de muita emoção para ele e sua família.

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