Carnaval de Belém 2025: escola de samba Piratas da Batucada retrata 'misticismo' e 'periferia'
Escola de samba será a quarta e penúltima a desfilar no próximo sábado (15), na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira

Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de Belém ocorrerão nos próximos dias 14 e 15 de março, na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira. Entre as nove desfilantes, está a Piratas da Batucada, que tem como enredo: “O Canto Caboclo da Amazônia”.
Este ano, no sábado (15), a partir das 00h45, a Piratas da Batucada leva 1.500 brincantes à avenida, com cada ala trazendo 100 integrantes. Os destaques no desfile da escola de samba vão ser as presenças das personalidades da música paraense Renato Lu, Pedrinho Callado, Marta Mariana, Creuza gomes e DJ Sainha, que estão relacionados com a musicalidade da escola.
Fundada em 1974, a escola de samba fundada no bairro do Reduto vai retratar na avenida a musicalidade da Amazônia atrelado à sustentabilidade, o tema do carnaval deste ano em Belém em prol da COP 30 - o maior encontro para discutir ações contra as mudanças climáticas, que será sediado no mês de novembro, na capital paraense.
Samba-enredo
Jamil Mouzinho, diretor de carnaval da Piratas, compartilha que o samba-enredo deste ano está divido em três momentos, retratando o misticismo, a herança indígena e africana e, por último, a música da periferia que ganha o mundo.
“Nós vamos estar abordando a musicalidade que no primeiro momento, no nosso desfile, emerge da própria floresta, com o canto dos pássaros, o balançar das árvores, o ir e vir das águas dos rios, e que também traz um pouco do misticismo, do imaginário da Amazônia. No segundo momento, as duas principais heranças que recebemos, que são a herança indígena e a herança africana. E no terceiro momento, aquela música que vem da periferia, que ganha o centro urbano e que sai da cidade, sai do estado, vai para o Brasil e ganha o mundo”, diz Mouzinho.
“Acreditamos que a música é uma poderosa ferramenta de divulgação, inclusive pela preservação do meio ambiente e da própria floresta amazônica”, destaca o diretor de carnaval da Piratas da Batucada.
Criatividade pela sustentabilidade
O diretor de carnaval da Piratas da Batucada comenta como foi atrelar a temática da sustentabilidade no samba-enredo, afirmando que o desafio esteve no exercício da criatividade do artista em “transformar o material reciclado de uma forma que ele apareça na avenida transformado, mais fino, tanto das fantasias quanto em algumas peças de carros alegóricos”, no processo chamado upcycling.
“Nossos artesãos, as nossas costureiras, os nossos estilistas, desde a concepção até a execução de algumas fantasias e até mesmo dos nossos carros alegóricos, trabalharam esse material reciclável para que a gente pudesse apresentar na avenida toda a contextualização do nosso enredo através desse trabalho”, diz Mouzinho.
Fantasias e carros alegóricos, por exemplo, foram produzidos, também, com latas de cerveja e refrigerante e garrafas PET
Bateria
Ericson Mateus, mestre de bateria da Piratas da Batucada, divide a emoção de estar comandando o setor que marca o ritmo da escola de samba durante o desfile: “É uma emoção muito grande. A gente está indo sempre com humildade, com seriedade. Vamos em frente, em busca da nossa nota e, principalmente, trazer a alegria do povo paraense, público amante do carnaval”.
Há quase um ano ensaiando a bateria, “Rato”, como também é conhecido o mestre de bateria, diz que se sente confiante quando a execução do seu setor durante o desfile, pois com o esforço e dedicação da comunidade, que varia entre adultos, crianças, jovens e adolescentes.
“O que nos dá tranquilidade é a comunidade abraçar a gente e participar do nosso trabalho”, diz Ericson.
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