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Carnaval de Belém 2025: escola de samba Bole Bole leva ancestralidade e periferia de Belém à avenida

Escola de samba será a última a desfilar no próximo sábado (15), na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira

Bruna Dias e Gabriel Bentes | Especial para O Liberal

Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de Belém ocorrerão nos próximos dias 14 e 15 de março, na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira. Entre as nove participantes, estará a Bole Bole, que traz o samba-enredo “Amazônia Ensolarada”, com alusão, também, à COP 30, o maior encontro para discutir ações contra as mudanças climáticas.

Em entrevista à Redação Integrada O Liberal, o presidente de honra da Bole Bole, Herivelto Martins, afirma que o samba-enredo da escola de samba tem como base “o envolvimento com a natureza, para que a gente consiga, como dizia o [Ailton] Krenak, adiar o fim do mundo”. Ele conta ainda que a Bole Bole abordará os povos Yanomami e o líder indígena Davi Kopenawa, que fala sobre a Lenda do Xapiris, os espíritos da floresta amazônica.

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“A gente optou por fazer a ‘Amazônia Ensolarada’, com a visão dos nossos ancestrais, dos conhecimentos que os ancestrais têm sobre a Amazônia. Esses ensinamentos que são os verdadeiros, não os que vêm de fora: ensinamento europeu, ensinamento norte-americano, que eles gostam da Amazônia só para levar as coisas daqui, na verdade.”, conta Herivelto.

Ele pontua também as críticas que a escola de samba fará na avenida: “Essas tecnologias desumanas que a gente encontra por aí, a poluição. O efeito estufa, na verdade, estufa a periferia. O povo da periferia é que sente mais todo esse processo de desgaste que ele vem fazendo na economia, todos os sistemas, poluindo rios e tudo. E a gente está levando também essa crítica para a Avenida, aproveitando essa oportunidade de ver o que é que o povo sente e muita gente não olha”.

Fantasias e alas

Diretora de eventos da Bole Bole, Monica Costa conta como foi a preparação e entrega das vestimentas dos 1.300 componentes: “O processo para execução das nossas fantasias começou bem antes. Foi tranquilo, foi tudo dentro do prazo. A gente tem uma parcela das nossas fantasias que são doadas para a nossa comunidade. Então essas são as primeiras que saem, porque a gente tem essa preocupação com a nossa comunidade.”.

Sustentabilidade

Para a ala das baianas, com 50 brincantes, foi reutilizado o tecido da primeira ala para fazer os girassóis. Na ala que aborda o lixo, com 80 integrantes, foi utilizado usaram o tecido das outras alas. Na ala das crianças, a "quadrilha Pipoquinha", com 50 componentes, as fantasias retratam a uma água saudável, com pequenos peixes

Expectativa

Monica antecipa alguns detalhes das alas da escola de samba, que vem com diversas cores e com reflexões sobre sustentabilidade na periferia de Belém.

“A expectativa agora é que venha bem bonita na avenida. A escola está colorida. O primeiro setor vem com as cores da escola; o segundo setor é de alerta, é a questão do lixo e desses equipamentos que são jogados. E o último setor é o setor da esperança, é o setor que a gente acredita que todo mundo junto possa ter ideias para melhorar essa questão do meio ambiente, do clima e de tudo”, conta a diretora de eventos da Bole Bole.

Confira a ordem das agremiações do Grupo Especial

Dia 14/03/2025 – Sexta-feira

  • 22h – Mocidade Olariense
  • 23h15 – Rancho Não Posso Me Amofiná
  • 23h20 – Deixa Falar
  • 1h45 – Embaixada do Império Pedreirense

Dia 15/03/2025 – Sábado

  • 21h – Boêmios da Vila Famosa
  • 22h15 – Acadêmicos de Samba da Pedreira
  • 23h30 – Império de Samba Quem São Eles
  • 00h45 – Piratas da Batucada
  • 02h00 – Bole Bole

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