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Carnaval de Belém 2025: escola de samba Acadêmicos instiga 'educação ambiental' através da mitologia

Escola de samba será a segunda a desfilar no próximo sábado (15), na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira

Bruna Dias e Gabriel Bentes | Especial para O Liberal

Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de Belém ocorrerão nos próximos dias 14 e 15 de março, na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira. Entre as nove desfilantes, está a Acadêmicos de Samba da Pedreira, fundada em 1980, que tem como enredo: “Rudá: A Explosão do Amor em Defesa da Floresta”.

Este ano, no sábado (15), a partir das 22h15, a Acadêmicos, do bairro da Pedreira, leva 1.200 brincantes à avenida, com três carros alegóricos, 10 alas e um elemento alegórico na comissão de frente.

Marco Antônio, vice-presidente e integrante da comissão de carnaval da Acadêmicos, conta que o enredo deste ano foi pensado também por professores-doutores da Universidade Federal do Pará (UFPA), que trouxeram referências históricas e indígenas. Atrelado ao tema do Carnaval 2025 de Belém, que é a sustentabilidade, a escola de samba vai abordar a divindade Rudá, o deus do amor na mitologia tupi-guarani, como protetor da Amazônia.

“Nós vamos buscar, na etnia Tupi-Guarani, Rudá, que é uma divindade que povoa as nuvens, que interage entre guerreiros e guerreiras, abrasando-os no amor. Daí, essa comissão de carnaval, de forma inteligente, traz Rudá para o contexto que estamos vivendo no momento: eventos climáticos. E Rudá chama o gavião-real, que é a personificação da escola, para juntos trabalharmos essa consciência na nossa população, no nosso povo da arquibancada, no nosso povo que vai estar em casa vendo esse maravilhoso desfile”, explica o vice-presidente.

“Se cada um fizer a sua parte, a gente consegue, na prática, diminuir os perigos. E a gente sabe que esses perigos advêm de pessoas gananciosas que preferem ver uma Amazônia deitada do que em pé”, destaca Marco Antônio.

Surpresa

César Velasco, diretor da comissão de harmonia da Acadêmicos, antecipa que a escola de samba vai levar para a Aldeia Amazônica uma “grande surpresa que vai chamar muita atenção do público”. Segundo ele, nem a maioria dos próprios brincantes sabem o que a escola guarda exclusivamente para o desfile, com apenas a diretoria e presidência da agremiação tendo conhecimento. 

“Nossos carros alegóricos também já estão totalmente prontos e todos baseados na proteção da Amazônia, do que o homem já fez para a Amazônia, sobre a destruição, pela cobiça do homem. No final, a gente vem tentando mostrar que a Amazônia ainda tem como ser salva para as gerações futuras poderem vê-la como ela era no início de tudo”, afirma Velasco.

Sustentabilidade

Segundo o diretor da comissão de harmonia, como em todos os anos, a escola vem utilizando da reciclagem para a confecção das fantasias e carros alegóricos, sendo um desfile 100% sustentável, mas sem perder a luxuosidade.

“Aproveitar sempre, de ano a ano, o que ficar. Não deixar nada pela rua. Tanto que nós temos um conceito de avisar para os brincantes que as próprias fantasias, eles têm o direito de levar, quem quiser, mas nunca de jogar na rua. Nós temos um lugar que eles põem, a gente traz tudo de volta e no outro ano a gente recicla e aproveita tudo. Então, tudo é reciclado, tudo foi reaproveitado do ano passado”, diz o diretor da comissão de harmonia.

Este ano, a escola de samba vai usar no desfile cerca de 50 mil pratos descartáveis, que também foram coletados pelas ruas da cidade. “São coisas daqui que a gente tirou da rua, que a gente catou aqui, catou ali, para tentar limpar a nossa cidade e, com isso, conscientizar a população”, diz César.

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