Artesões do Carnaval: Marcos Bittencourt trabalha em sintonia com o meio ambiente em Curuçá
Marcos destaca a importância de sua produção com a proximidade da COP-30.
Marcos Bittencourt é artesão no município de Curuçá, no nordeste do Pará. Ele vende artesanatos no carnaval, um dos mais tradicionais do Pará, e também destaca a importância desse tipo de trabalho, principalmente perto da COP-30, que será realizada em Belém em 2025. Ele faz tacinhas a partir de garrafas recicladas. “Como o pessoal costuma beber no carnaval, costuma levar muito a tacinha, que são de garrafas recicladas, da própria bebida que eles estão bebendo. Então eles já usam pra botar (a bebida)”, contou. As pessoas compram para consumir a bebida e, também, para guardar como lembrança.
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Ele disse que estará na COP, por meio da Recomsol (Rede de Cooperação Mãos Solidárias), uma organização autônoma, plural, apartidária, composta por grupos de mulheres urbanas e rurais do Pará. “É da Cáritas. Das freiras que levam donativos para a África”, disse. “Então elas me inscreveram lá porque gostaram justamente do meu trabalho de sustentabilidade e do meio ambiente”, contou.
Marcos Bittencourt disse que, hoje em dia, o vidro é um problema. “O vidro não tem retorno mais. Então, quando você anda por aí, não é um problema tanto de meio ambiente porque ele é feito da sílica, que é a areia com os corantes. Demora menos tempo para degradar”, explicou. “O problema dele é estético e acumulativo. E perigoso, porque é cortante. Mas hoje, onde você vê nas esquinas, tem acúmulo de garrafas, principalmente onde tem bares”, afirmou.
Ele também tira do meio ambiente as garrafas PET, as chapas de raio-x para fazer os cata-ventos (que aproveitam a energia dos eventos) que as crianças gostam. “Eu levei a oficina de cata-ventos para as crianças do Sesc, de Castanhal. Dei aulas dois anos seguidos”, contou. Ele vende bastante no carnaval. Ele também faz chaveirinhos para colocar a chave e ter o nome da pessoa. Esse é um dos artigos mais vendidos.
Marcos nasceu em Belém, mas mora em Curuçá há 20 anos. “Acho que, desde criança, trabalho com arte”, contou ele, que já produziu colares e trabalhou com biojoias. “Eu vim para cá para trabalhar no hotel, fazer as minhas artes no hotel. Depois fiz concurso da prefeitura. Passei. Sou funcionário público da cultura. Aí, quando tem o folclore em julho, eles me chamam. E também quando tem a feirinha no carnaval”, contou. A arte que ele produz também serve como hobby e para tirar o estresse. “A gente sabe que, quando você ocupa a mente, você não dá espaço para coisa ruim”, afirmou.
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