Trio é preso suspeito de planejar morte de homem em situação de rua e transmitir crime na internet

Investigados articulavam práticas associadas a discursos de ódio, simbologias extremistas e radicalismo religioso. Um dos suspeitos se apresentava como ativista ambiental e protetor dos animais.

Gabriel Bentes | Especial para O Liberal
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Três homens foram presos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, neste domingo (20), por suspeita de planejarem a morte de um homem em situação de rua, crime este que seria transmitido pela internet. A prisão ocorreu em Vicente de Carvalho, na zona norte da capital fluminense, e em Bangu, na zona oeste, por agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) e da 19ª Delegacia.

Os suspeitos são Bruce Vaz de Oliveira, conhecido como Jihad, Kayke Sant Anna Franco (Fearless) e Caio Nicholas Augusto Coelho (Sync). O trio planejava assassinar o homem em situação de rua neste domingo (20) de Páscoa para “celebrar” o aniversário de Adolf Hitler, militar líder do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.

Segundo a PC, a operação, realizada junta do Ministério da Justiça e Segurança Pública, capturou três homens jovens que integravam o “núcleo da organização que pretendia assassinar um morador de rua de forma brutal” e transmitir o crime por meio da plataforma Discord, “em troca de dinheiro”.

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Os mandados judiciais de prisão foram cumpridos com o apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A identidade do homem em situação de rua alvo do ataque não foi divulgada.

Suspeitos divulgavam conteúdos extremistas na internet

“Os agentes [investigadores] apuraram a existência de uma rede de jovens que utilizavam a plataforma Discord para realizar e divulgar atrocidades, como maus-tratos a animais, indução à automutilação, estupro virtual, racismo e incitação ao crime, como forma de “entretenimento””, afirma a Polícia Civil, acrescentando que o grupo também promovia ataques digitais de ódio contra negros, mulheres e adolescentes, “com graves consequências no mundo real”.

Também em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que servidores do Ciberlab identificaram, nas redes sociais, mensagens relacionadas ao plano de homicídio e à intenção de divulgar o crime nas redes sociais. O conteúdo dos envolvidos continham discursos de ódio e práticas extremistas.

“Os investigados articulavam práticas de extrema crueldade, associadas a discursos de ódio, simbologias extremistas, radicalismo religioso e outras manifestações de extremismo”, assegura a pasta, reforçando que os três detidos esta manhã são apontados como líderes da comunidade criminosa virtual.

“Um deles se apresentava publicamente como ativista ambiental e protetor dos animais, o que contrastava brutalmente com sua conduta nas redes, onde promovia e compartilhava atos de extrema violência e perversidade”, afirma o ministério. Segundo a Polícia Civil, o homem citado já integrou vários eventos ambientalistas internacionais.

Operação Desfaçatez

A operação que levou à prisão de três suspeitos e, ao que tudo indica, impediu um plano de homicídio contra uma pessoa em situação de rua foi intitulada de Desfaçatez. O nome foi escolhido pelos policiais responsáveis para evidenciar “a dissimulação e o descaramento com que os investigados mantinham uma imagem pública de respeito à vida, ao meio ambiente e à ética, enquanto nos bastidores digitais atuavam com crueldade, intolerância e perversidade”

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