'Repelente de tomada' pode fazer mal à saúde, afirmam especialistas; saiba evitar os riscos
Um dos motivos principais é a liberação de doses constantes de um produto químico que pode causar alergias e outras intoxicações
Diante da atual epidemia de dengue no país, que registrou 470.942 casos suspeitos até a última quinta-feira (22), a procura por repelentes e inseticidas aumentou de uma forma considerável, uma vez que estes são alguns dos meios mais eficazes de prevenção. No entanto, o uso incorreto das ferramentas, em especial, os elétricos, pode causar danos à saúde até irreversíveis.
Um dos motivos principais é a liberação de doses constantes de um produto químico que pode causar alergias e outras intoxicações. Segundo o toxicologista e patologista clínico, Álvaro Pulchinelli, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, efeitos colaterais podem surgir com o uso dos "repelentes de tomada".
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“Algumas pessoas podem apresentar reações alérgicas, irritações na pele e na garganta, problemas respiratórios ou até mesmo quadros de espirro e tosse ao entrar em contato com os compostos, mesmo em concentrações menores, mas especialmente diante de superexposições. Crianças, idosos e indivíduos com sensibilidades pré-existentes podem ser ainda mais suscetíveis a esses efeitos”, afirma o especialista ao portal Metrópoles.
Cuidados redobrados com quem sofre de asma
O infectologista Marcelo Daher, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), ressalta que as doses de inseticida emanadas por estes equipamentos são baixas, mas podem sim trazer efeitos colaterais a pessoas com mais sensibilidade, como quem tem asma, por exemplo.
“Recomendamos que indivíduos com algum problema respiratório que não usem, ou utilizem com parcimônia, para evitar a reação alérgica”, completa.
Pode dormir com o repelente de tomada agindo a noite toda?
Devido os equipamentos emitirem doses consideráveis de inseticida, a recomendação é manter os ambientes ventilados e deixar o repelente próximo a portas e janelas para evitar contato próximo com as vias respiratórias.
“Mantendo a ventilação, se evita o risco de exposição excessiva. Além disso, devemos seguir as instruções do fabricante em relação à quantidade de tempo que o repelente pode ficar ligado. Em geral, ele deve ficar de 8 a 12 horas na tomada”, explica Pulchinelli.
Como usar repelente de tomada corretamente?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza que os repelentes sejam usados em qualquer ambiente doméstico, desde que fiquem a uma distância de, no mínimo, dois metros das pessoas. No caso de uso noturno, durante o sono, a referência deve ser a distância da cabeceira da cama até a tomada, completa o presidente da SBPC/ML.
Para indivíduos mais sensíveis aos compostos, a recomendação é moderar o uso: “A pessoa pode utilizar o inseticida no quarto enquanto ela não estiver lá e retirar o produto da tomada quando for dormir, para evitar a exposição excessiva, por exemplo”, orienta Daher.
Além disso, pode-se utilizar outras estratégias que espantam o mosquito, como ventilador e ar condicionado, até mesmo combinando suas ações para permitir o uso moderado do inseticida. “Com essa ventilação, mesmo que artificial, o ar circula mais intensamente, dificultando a movimentação do mosquito”, conclui o infectologista.
(Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web em OLiberal.com)