Ratanabá: boato sobre cidade subterrânea perdida entre Pará e Amazonas fala em 'capital do mundo'
Segundo a teoria conspiratória, o local teria existido há 450 milhões de anos, com rotas de túneis subterrâneos que interligam o mundo. No entanto, a teoria não tem qualquer embasamento científico
As buscas por lendárias cidades perdidas banhadas de ouro, como é o caso de Eldorado, já viraram tema de filmes e invadem o imaginário popular ao longo de séculos. Mas uma dessas teorias da conspiração aponta uma dessas cidades, escondida na Amazônia brasileira, mais precisamente entre três supostas pirâmides nas regiões dos estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso. No entanto, apesar de atraente, a teoria não tem qualquer embasamento científico. As informações são do Portal Amazônia e Boatos.org.
Ratanabá, segundo a teoria conspiratória, é uma cidade futurista, que guarda a suposta "capital do mundo", relacionada às origens da humanidade. O boato conta que ela teria existido há 450 milhões de anos e, hoje, estaria enterrada no Mato Grosso, guardando desenvolvimento e riquezas jamais vistos. A cidade de Ratanabá seria um império, fundado pela civilização Muril, supostamente a primeira civilização da Terra, que existiu há cerca de 600 milhões de anos.
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Túneis subterrâneos em toda a América do Sul se ligariam à cidade futurista
De acordo com a teoria, existe uma rota de túneis subterrâneos que se estenderiam por toda a América do Sul e se ligariam à cidade futurista. Esses túneis, que interligam pontos do continente sulamericano, supostamente não estão apenas ligando partes da região, mas sim do mundo inteiro, onde grandes líderes realizam encontros para discutir sobre o destino da riqueza que a Amazônia estaria também escondendo.
Uma das entradas para a cidade perdida, inclusive, estaria escondida dentro do Forte Príncipe da Beira, localizado no município de Costa Marques, em Rondônia, onde estão muros arqueológicos construídos em pedras, que se misturam com a vegetação e possuem um portal de 1,2 metros de altura. A teoria da cidade de Ratanabá ainda conta que os fortes encontrados na Amazônia são interligados pelos túneis subterrâneos e possuem as passagens que ligam o mundo inteiro.
Teoria não tem base científica
A teoria surgiu em grupos políticos e não existe qualquer embasamento científico ou provas de que Ratanabá realmente exista ou tenha existido. Isso porque, há 600 milhões de anos, não existia a floresta amazônica ou qualquer civilização humana.
Estudos sobre o mais antigo hominídeo do mundo, o australopithecus, apontam que ele tenha surgido entre 1 milhão e 600 mil anos atrás. Os primeiros indícios de dinossauros remontam de cerca de 230 milhões de anos, de acordo com o Guiness Book, o Livro dos Recordes. Ou seja, no tempo da suposta cidade perdida não havia nem dinossauros na Terra.
Além disso, não há nenhum estudo acadêmico publicado sobre Ratanabá. A existência da suposta cidade é sustentada por uma espécie de empresa que divulga teorias já derrubadas, como a que cita que a Terra é convexa, e não redonda.
Túneis que levam a Ratabaná não existem, afirma historiador
O historiador com especialidade em Arqueologia da Amazônia, Lourismar Barroso, explica que não existe qualquer túnel no Forte Príncipe da Beira que leve a uma suposta “cidade perdida”. As informações são do Diário da Amazônia.
“Não existe qualquer evidência ou possibilidade de haver um túnel que liga o nada a lugar nenhum”, defendeu o especialista.
“Há 22 anos venho me dedicando aos estudos e pesquisas dessa fortificação militar do século XVIII. Tenho pesquisado e estudado várias fortificações do Brasil, todas elas com detalhes em suas construções, algumas podemos dizer que possa ter uma passagem secreta, uma espécie de caminho de fuga, porém, ao Príncipe da Beira não foi possível tal estrutura”, explicou Lourismar.
Ainda segundo o estudioso, foram produzidas cinco plantas de formas diferentes da fortaleza, que data do século 18, e nenhuma menciona passagem secreta ou túnel de acesso a algum lugar.
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