Professor de catequese suspeito de pedofilia segue foragido
Pelo menos 12 vítimas já relataram os abusos que viveram nas mãos do catequista
José Antônio Silva, de 47 anos, é professor de catequese e, até as primeiras denúncias, acima de qualquer suspeita. No entanto, pelo menos 12 vítimas relataramm estupros e abusos na 4ª Delegacia de Polícia, no Distrito Federal. O catequista continua foragido.
As vítimas, crianças entre quatro e dez anos na época, são familiares de José Antônio e foram abusadas em um quarto na casa dos pais do suspeito. Das 12 vítimas identificadas, 11 são meninos e apenas uma é menina.
De acordo com o delegado adjunto da DP, Douglas Fernandes de Moura, a história veio à tona em maio deste ano. Um sobrinho do homem, hoje com 30 anos, foi quem deu início às denúncias. “A primeira vítima compareceu à delegacia noticiando esses abusos ocorridos há algum tempo e informou que, por ser um parente, tinha medo de manchar a imagem da família. Por isso, não denunciou antes. Mas se sentiu encorajado após ver José Antônio se aproximar de seu bebê. Ficou com medo de a história se repetir”, relatou o investigador.
O delegado conta, ainda, que o homem se valia da confiança que tinha dos familiares e levava as crianças para o quarto na casa dos pais. As vítimas identificadas, são, na maioria, sobrinhos do acusado.
“Ele falava que mostraria desenhos, que eles jogariam videogame, e praticava os abusos, que variavam entre prática de sexo oral e penetração anal. Além disso, ejaculava na boca das crianças e dizia que aquilo era bom para elas crescerem fortes e saudáveis. Que era para eles aprenderem e, quando crescessem, praticar com as namoradas”, detalhou o policial.
O delegado afimou que o caso é chocante pela proximidade que ele tinha com as vítimas. "Todos os policiais da delegacia, especializados na matéria de combate a abuso contra crianças, nunca tinham visto uma situação tão absurda como essa”, disse Douglas Moura.
A delegacia tem informações de outras seis vítimas que também foram abusadas, mas ainda não procuraram a delegacia para depor.
“Os abusos começaram ainda quando ele morava com a mãe: levava as crianças para lá quando não havia ninguém. Depois de casado, aproveitava os momentos em que a mulher estava fora para violentar as crianças”, ressalta o delegado Moura.
José Antônio dava aula de catequese na Paróquia Divino Espírito Santo, em Guará (DF), e também em uma escolinha de futebol. Sem emprego formal e nenhum histórico criminal, ele revezava entre as atividades com as crianças e bicos de manutenção. A mulher dele passava o dia fora, trabalhando.
O diretor de um colégio da mesma congregação da Igreja Divino Espírito Santo, o padre Marcos De Ávila, afirmou que José Antônio não atua mais como catequista da paróquia. “Fiquei chocado com a notícia. Muito triste e terrível esta conduta. Não tínhamos nenhum conhecimento sobre os fatos”, disse.
Uma das vítimas do catequista contou, em depoimento, que o acusado deu de presente um quebra-cabeças com fotos de crianças nuas para os meninos. “Não encontramos essas imagens. Se ele as tinha, ocultou ou destruiu”, disse o investigador.
A polícia também tenta encontrar fotos e vídeos que José Antônio teria gravado enquanto praticava os estupros.
A vítima mais recente, um menino de quatro anos, teria sido violentada em dezembro de 2018. Os crimes mais antigos datam de 25 anos atrás.
José Antônio é investigado por estupro de vulnerável.