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População quer mais saúde e segurança; ajuste fiscal não é prioridade

Dados são de pesquisa feita com brasileiros pela CNDL/SPC Brasil

Agência Estado

Eleito com a promessa de reduzir o tamanho do Estado e de promover cortes nos gastos do governo, o presidente Jair Bolsonaro vai se deparar, nos próximos anos, com uma população que demanda mais qualidade nos serviços públicos e que põe o ajuste fiscal entre as questões menos prioritárias. É o que mostra pesquisa feita com brasileiros pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

De acordo com o levantamento, que pediu aos entrevistados que listassem os cinco maiores problemas do Brasil a serem atacados pelo novo governo, a maior preocupação é a saúde pública, citada por 54% dos participantes. A segurança pública aparece em segundo, com 52% de citações. Só na terceira posição é que surge uma questão diretamente ligada à economia, o desemprego, com 47,1% de menções.

Durante a campanha e após sua vitória, Bolsonaro e sua equipe econômica têm dito recorrentemente que vão trabalhar para diminuir o tamanho do Estado, numa tentativa de torná-lo mais eficiente e menos custoso. O viés liberal e as promessas de um ajuste fiscal, com destaque para a reforma da Previdência, agradaram a empresários e agentes do mercado financeiro, que confiam no ministro da Economia, Paulo Guedes, para cumprir a tarefa.

O ajuste fiscal, no entanto, é apenas a nona preocupação dos brasileiros, segundo a pesquisa. Do total de entrevistados, 19,8% citaram a necessidade de cortar gastos públicos como um dos principais problemas do Brasil. Por outro lado, dois dos principais motes de campanha de Bolsonaro aparecem entre os primeiros colocados, a segurança pública, já citada, e o combate à corrupção, em quinto, com 42,1% de menções.

A pesquisa foi feita no final do ano passado e naquele momento a maioria da população estava otimista com o novo governo. Segundo o levantamento, 64% têm a expectativa de que o País vai melhorar, enquanto 13% estão declaradamente pessimistas, 15% mostram-se indiferentes e 7% não souberam avaliar.

Entre os que estão pessimistas, as principais alegações são de que o novo governo não dará prioridade aos anseios da população mais pobre (68%) ou de que haverá aumento da intolerância e do preconceito na sociedade (64%) e também de que as reformas necessárias para a economia não serão aprovadas (48%).

José Cesar da Costa, presidente da CNDL, uma das responsáveis pela pesquisa, afirma que os próximos gestos do Planalto serão importantes para avaliar se haverá manutenção do apoio da população ao governo. "Além de convencer os cidadãos e os setores produtivos da economia de que o País está empenhado em iniciar um novo ciclo de desenvolvimento econômico, é importante que o novo governo esteja afinado politicamente para aprovar reformas necessárias e realistas. O sucesso econômico do governo depende da capacidade de articular suas ideias e proposições", avalia.

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