PIX será trocado pelo Drex para espionar transferências? Entenda a falsa teoria
Com objetivo de desinformar e mentir para a população, a teoria foi criada. Não caia nessa!
O Pix é alvo de constantes boatos e teorias da conspiração, como aconteceu no início deste ano, em que a informação que circulava era que as transferências seriam taxas pelo Governo Federal. Novamente, o modo de transferência está sendo relacionado a um assunto polêmico.
A teoria mais atual é que o governo brasileiro estuda um novo sistema para substituir o Pix para conseguir controlar a vida econômica das pessoas. Para conseguir isso, ele usaria a moeda digital criada pelo Banco Central do Brasil (BC), o Drex.
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O diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, Fabrício Tota, explicou em entrevista a um podcast sobre tecnologia que o Drex foi criado para ser usado em transações entre instituições financeiras, mas que já há planos para que ela seja utilizada pelos consumidores. Além disso, ele é a plataforma por onde a própria moeda circula.
Fabrício afirma que a nova teoria envolvendo o Pix não é verdadeira. "Essa ideia de que pode ser uma ferramenta de controle social é assustadora de fato, mas não vai acontecer. Acredito que vá ficar nessa camada interbancária, como uma camada de serviços. Esse tipo de controle não vai ser implementado", aponta o especialista.
Qual a diferença entre criptomoedas e moedas digitais?
Diferenciar moeda física de cédula não é difícil de fazer, mas a questão muda quando é para apontar as diferenças entre criptomoedas e moedas digitais.
- Criptomoedas: elas utilizam blockchain, que funciona como uma espécie de livro de registro contábil, além de não terem uma organização responsável que comanda tudo. Por isso, elas são chamadas de não permissionadas.
- Moedas digitais: também rodam via blockchain, mas a principal diferença é que há uma organização que cuida de todas as transações, como uma autoridade regulamentadora.
O que é o Drex?
A moeda digital brasileira se chama Drex, que é a sigla de "Digital Real X". Ela funciona como uma versão digital do real utilizado no dia a dia como em feiras, supermercados e ônibus.
Ela não é uma criptomoeda, já que o BC é a autoridade competente para supervisionar as transações que são registradas via blockchain. A instituição afirma que o Drex se trata de um "ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a cidadãos e empreendedores".
O boato sobre a substituição do Pix pelo Drex não é novo. Além disso, a teoria era de que a moeda digital seria a única moeda corrente no país, até mesmo no mundo físico. Mas tudo não passa de uma teoria da
conspiração que começou em 2023, quando a Caixa Econômica Federal e o Banco Inter realizam a primeira transação com o Drex.
Modalidades do Drex
O Digital Real X possui duas moedas:
- Atacado: usada pelo BC e pelas instituições financeiras para realizarem pagamentos entre eles.
- Varejo: é a moeda que o mercado pode emitir e que pode chegar ao consumidor final. Ela também é chamada de real tokenizado.
Na tentativa de informar a população, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República emitiu nota para desmentir as notícias falsas em relação ao Pix e ao Drex. "Em desenvolvimento pelo Banco Central do Brasil desde 2020, o Drex obedece princípios e regras previstos na legislação brasileira, em especial pela Lei do Sigilo Bancário e pela Lei Geral de Proteção a Dados Pessoais".
Quanto o Brasil tem em criptomoeda?
O diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin conta que em 12 anos o país movimentou cerca de R$ 170 bilhões apenas na corretora em que trabalha. No cenário geral, ele afirma que a movimentação chegou a 10 vezes mais, se aproximando de R$ 1 trilhão. Por isso, ele afirma que o Brasil "não é uma esquina do mundo".
É importante lembrar que as criptomoeadas são vendidas como moedas sem uma autoridade regulamentadora, como o Banco Central. Algumas experiências negativas já aconteceram no mundo, como é o caso de El Salvador, que teve que abandonar o bitcoin como moeda nacional depois que foi adotada pelo seu Presidente de extrema-direita por conta de uma exigência do FMI (Fundo Monetário Internacional).
As criptos ganharam nova força com a eleição de Donald Trump nos Estado Unidos, em que o bitcoin ultrapassou o patamar histórico dos US$ 100 mil (aproximadamente R$ 571 mil), causando euforia nos entusiastas.
(Escrito por Rafael Lédo, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web de Oliberal.com)