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Perdeu alguma coisa? Entenda a história de São Longuinho, que ajuda a encontrar objetos perdidos

O Dia de São Longuinho – conhecido popularmente por ajudar a encontrar objetos perdidos – é comemorado neste sábado (15)

O Liberal

O Dia de São Longuinho – conhecido popularmente por ajudar a encontrar objetos perdidos – é comemorado neste sábado (15). A tradição diz que oferecer três pulinhos ao santo seria o "pagamento" para obter sua ajuda. "São Longuinho, São Longuinho, São Longuinho, se você me ajudar a achar este objeto, eu dou três pulinhos." Com esse pedido, muitos devotos recorrem ao padroeiro dos objetos perdidos.

Em entrevista ao g1, o teólogo e pedagogo Gidalti Guedes da Silva, coordenador dos cursos de teologia e filosofia da Universidade Católica de Brasília (UCB), conta que o santo era um soldado romano que foi curado quando o sangue de Jesus caiu em seus olhos. Segundo Gidalti, não há registros oficiais sobre a prática dos três pulinhos nem sobre a associação do santo com a busca por objetos perdidos. A tradição foi disseminada no catolicismo popular

Quem foi São Longuinho?  

Gidalti Guedes da Silva afirma que, de acordo com relatos da tradição cristã, antes de ser canonizado pela Igreja Católica, São Longuinho foi um soldado romano. Ele teria sido um centurião: um oficial do exército romano responsável por comandar uma centúria, um grupo de até 100 soldados.

Longuinho, enquanto soldado, esteve presente na crucificação de Jesus. Para confirmar sua morte, ele teria perfurado o lado de Jesus. "Conforme esses relatos, quando perfurou Jesus, gotas do sangue de Cristo espirraram em seus olhos, curando-lhe de um problema crônico de vista", relata o teólogo.

Após essa experiência, o soldado romano se converteu ao cristianismo e abandonou sua carreira militar. O nome "Longuinho" é uma derivação da palavra 'longinus', que em latim é o nome de um tipo de lança romana. Ter o nome da lança faz referência à história de como ele se tornou cristão.

Por que ele foi santificado?  

O teólogo Gidalti Guedes da Silva explica que existem diferentes versões sobre o martírio de São Longuinho. Contudo, os relatos convergem em afirmar que, após sua conversão, ele passou a viver na região da Capadócia, na Turquia, onde desempenhou um grande trabalho de evangelização.

"[A evangelização] incomodou as autoridades romanas. Devido sua devoção e fidelidade à fé cristã, Longuinho foi martirizado e posteriormente reconhecido pela Igreja", diz o teólogo.

Por que ele ficou conhecido como o santo que 'encontra coisas'?  

A associação de São Longuinho com a habilidade de encontrar objetos perdidos não tem uma origem clara na Bíblia ou em textos oficiais da Igreja. Segundo Gidalti Guedes da Silva, a crença surgiu a partir de uma interpretação popular de sua história.

O teólogo explica que, como o santo foi o responsável por encontrar a verdadeira fé na crucificação, as pessoas começaram a invocá-lo para ajudá-las a encontrar coisas perdidas. Outra explicação possível é a referência à cura dos problemas de visão. "Uma vez curado, São Longuinho tornou-se hábil em ver e encontrar coisas que as outras pessoas não encontravam", explica o teólogo.

Como surgiu a tradição dos três pulinhos?  

A prática de dar três pulinhos foi difundida pelo catolicismo popular. No entanto, segundo Gidalti Guedes da Silva, não existe documentação oficial da Igreja sobre essa tradição. "O número três pode estar relacionado ao hábito de proferir o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo ao finalizar as preces", conta Gidalti.

Legado de São Longuinho  

O teólogo afirma que, em uma sociedade cada vez mais marcada por laços superficiais, São Longuinho deixa um legado de busca pela "Boa Nova e amor a Deus". "Precisamos encontrar o que perdemos como seres humanos, como respeito, solidariedade e amor", diz Gidalti Guedes da Silva.

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