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Pastores acusados de queimarem jovem vivo vão a júri popular

Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva serão julgados pelo assassinato de Lucas Vargas Terra, no ano de 2001

O Liberal

Dois pastores evangélicos serão julgados em um caso de assassinato que aconteceu mais de 20 anos atrás. Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva são acusados de assassinar Lucas Vargas Terra, um adolescente de 14 anos, em 2001, após terem sido flagrados pelo jovem tendo uma relação sexual dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus em Salvador.

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Segundo informações, após o flagrante, os pastores teriam decidido matar Lucas. Depois de estuprá-lo, os dois colocaram o adolescente dentro de uma caixa de madeira e o queimaram vivo em um terreno baldio. Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva serão julgados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, com agravantes de motivo torpe, emprego de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

A defesa dos pastores afirmou estar convicta da inocência deles e afirmou que não há provas ou indícios contra os dois. Em 2007, um terceiro pastor, Silvio Galiza, também foi acusado do crime, condenado e preso, mas sua pena foi reduzida em 2012, quando ganhou liberdade condicional, em 2012.

À época do crime, Joel era pastor da Igreja Universal no Rio Vermelho – onde o estupro ocorreu. Após o crime, ele se mudou para o Rio de Janeiro, onde até 2022 comandava uma igreja. Fernando Aparecido da Silva trabalhava no Templo da Pituba em 2001. Após o crime, ele passou a comandar uma igreja em Minas Gerais.

Silvio Galiza foi o primeiro a ser identificado pela polícia como participante no crime e foi condenado a 18 anos de prisão em 2004. Ele ganhou liberdade condicional em 2012, mas, antes disso, em 2007, denunciou os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva por envolvimento no crime e confirmou que o flagrante da relação sexual entre eles foi o que motivou o crime.

O pastor Fernando foi preso em 2008, mas depois passou a responder o processo em liberdade. Em 2013, a Justiça inocentou Joel e Fernando, mas em 2015, os desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia decidiram que os religiosos deveriam ir a júri popular, decisão confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça em 2017, quando negou recurso especial dos acusados para suspender o júri.

O julgamento de Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva acontecerá no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, e a previsão é de que seja concluído na sexta-feira (28). Este caso chamou a atenção do público na época e permaneceu em evidência por anos.

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