Paraense preso em Brasília estava preparado para 'guerra'; áudio

Em depoimento à Polícia Civil, George Washington de Oliveira Sousa foi preso no sábado (24) por suspeita de ter colocado um explosivo no Aeroporto Internacional de Brasília

O Liberal

Um suposto amigo do empresário George Washington Oliveira Sousa se manifestou neste domingo (25) sobre a prisão do paraense suspeito de tentar explodir uma bomba na área do Aeroporto Internacional de Brasília. Na gravação, que tem pouco mais de dois minutos, o homem reforça várias vezes que George "é bolsonarista e não petista" e que "ele foi preparado para a guerra". Ouça:

“Deixa te explicar a situação. Esse cara aí é bolsonarista igual nós. Ele mora aqui em Xinguara, dono do posto. O que acontece? Ele foi preparado para a guerra. Que se alguém viesse invadir, ele ia meter bala. Ele é o bichão. Ele foi preparado para isso. Ele não é petista, gente. Esqueçam isso. Ele é bolsonarista. Ele está lá para defender o pessoal. O Washington é muito gente boa. Eu conheço ele. Conheço o filho dele. Fiquem tranquilos”, iniciou o suposto amigo.

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“Não ponham na cabeça de vocês que ele é do PT. Ele é bolsonarista. Igual nós, doente, doente. Ele falou: ‘Eu vou morrer na guerra’. Ele foi preparado para isso. Não para querer explodir e fazer vandalismo não. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Esse monte de arma ele levou para defender nós. Não foi p** de PT não. PT tem é que morrer. Ele não tem nada de infiltrado não. Ele é gente boa e foi preparado. Esse armamento é para defender nós. Não é para defender bandido não. Vamos pedir a Deus para ele sair. Já foi preso ele. Foi preso o índio. O outro lá de Rondônia foi preso. Eles estavam todos juntos”, revelou.

O diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido, declarou que o atentado planejado pelo empresário do Pará poderia provocar a maior tragédia da história de Brasília. Assista: 

Entenda o caso

Um homem foi preso, na noite de sábado (24), suspeito de tentar explodir uma bomba na área do Aeroporto Internacional de Brasília. Segundo o jornal Correio Braziliense, o acusado, que será transferido para o Complexto Penitenciário da Papuda, na capital federal, nesta segunda-feira (26), é um empresário paraense de 54 anos, que estaria morando em Brasília para participar das manifestações na porta do Quartel General do Exército.

Segundo informações iniciais, o homem se chama George Washington Oliveira Sousa, 54, empresário do ramo de gás no Pará. Em seu perfil no Twitter, diz que tem como origem o município de Xinguara, no Pará. George Sousa teria alugado em novembro um apartamento no Sudoeste, bairro do Distrito Federal, para participar das manifestações em frente ao Exército. O suspeito seria morador de Santarém, oeste do Pará, e teria uma loja na cidade.

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, ele foi preso por investigadores da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) no apartamento onde estaria morando no Sudoeste. Junto dele, segundo a PCDF, foram apreendidos um fuzil, duas espingardas, revolveres, mais de 1 mil munições e artefatos explosivos.

"Se esse material adentrasse o aeroporto de Brasília, próximo a um avião com 200 pessoas, seria uma tragédia aqui dentro de Brasília, jamais vista, seria motivo de vários noticiários internacionais, mas nós conseguimos interceptar", disse o diretor-geral da PCDF, Robson Cândido, em coletiva de imprensa. 

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Em depoimento, a PC informou que o homem admitiu o crime. "Ele não afirmou se tinha objetivo de fazer algo durante a posse presidencial na próxima semana, mas confirmou que a intenção era causar um tumulto aqui em Brasília", informou Robson Cândido.

Segundo a PCDF, o acusado tem registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC). "Ele é CAC, porém tudo que encontramos está fora das normas. Sendo assim, ele será autuado por porte, posse ilegal de armas de fogo, munição e artefatos explosivos e por crime contra o Estado democrático de direito", revelou o diretor-geral.

Flávio Dino se manifesta no Twitter

Pelo Twitter, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que está acompanhando a  situação. “Estamos acompanhando as apurações sobre o suposto artefato explosivo encontrado em Brasília na manhã deste sábado. Teremos informações oficiais em breve”, disse o ministro.

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Em nova manifestação nas redes sociais neste domingo (25), Dino disse que irá "propor que o Procurador Geral da República e o Conselho Nacional do Ministério Público constituam grupos especiais para combate ao terrorismo e ao armamentismo irresponsável."

Artefato foi deixado na pista que dá acesso ao aeroporto

De acordo com o portal Diário do Poder, equipes do esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar do DF, desativaram o artefato, que chegou a ser detonado pelo acusado, e o entregaram à Polícia Civil que irá fazer a perícia. 

Segundo a PMDF, o objeto estava dentro de uma caixa, abandonada perto de uma loja de automóveis localizada na pista que dá acesso ao aeroporto. Durante a operação, uma das vias de acesso ao aeroporto foi interditada.

O portal G1 informou que o objeto estava em um caminhão de combustível e que, mais cedo, o objeto teria sido detonado pela Polícia Militar.

Esposa diz que não foi informada da prisão

A esposa de George, Ana Claudia Leite de Queiroz, disse ao portal Uol que não tomou conhecimento da detenção do marido.

“Estou chocada. Isso não pode ter acontecido porque ele era uma pessoa pacifista. O meu marido nunca faria algo assim”, garantiu.

Também ao Uol, o filho de George Washington de Oliveira Sousa afirmou que a família era a contra a mudança à capital federal para participar de atos.

Outros envolvidos

Segundo o Uol, o delegado-geral da PC-DF, Robson Candido, afirmou que a corporação deve começar a busca por novos envolvidos a partir desta segunda-feira (26). “Temos informações preliminares e, ao longo da semana, mais envolvidos podem ser presos. Ele confessa a participação de outras pessoas na tentativa de explosão", disse Candido.

Segundo o delegado-geral da PC-DF, George Sousa usou emulsão de pedreira na tentativa de explosão. Esse tipo de produto é explosivo e usado por mineradoras em escavações. "Vamos verificar a origem. Queremos saber se houve doação ilegal ou furto desse material, usado em pedreiras e garimpos ilegais. É de fácil rastragem, mas a checagem pode levar algumas semanas para ser finalizada", disse ao Uol.

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