Pará lidera ranking de municípios que mais emitem gases do efeito estufa
Altamira e São Félix do Xingu encabeçam a lista. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG)
Dos onze municípios que mais emitem gases do efeito estufa, oito estão na Amazônia, e cinco deles estão no Pará. Altamira e São Félix do Xingu lideram a lista. No caso de Altamira, das 35,2 milhões toneladas de CO2e (unidade de medida que reúne todos gases, do carbônico ao metano) emitidas, 33,4 milhões estavam relacionadas com o desmatamento. A cidade paraense contabiliza o dobro de emissões da cidade de São Paulo, que é 100 vezes mais populosa. As informações são do G1 Nacional.
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Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (13) pelo Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), e são referentes ao ano de 2019, estimativa mais recente disponível para o país.
De acordo com o levantamento, oito municípios da Amazônia aparecem na lista entre os que mais emitem gases do efeito estufa, os causadores do aquecimento global.
Todas as oito cidades da Amazônia estão no topo da lista pelo mesmo motivo: desmatamento. A região Norte representa 60% de todo o carbono liberado no país.
Altamira, por exemplo, no ano de 2019, foi a líder em desmatamento da região, com 575 km² de floresta perdidos, e também vice-líder em queimadas, com 3,8 mil focos de calor detectados, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Além de Altamira, os outros municípios paraenses que aparecem na lista são os seguintes: São Felix do Xingu, Pacajá, Novo Progresso e Novo Repartimento.
Altamira se posiciona
A Prefeitura de Altamira enviou uma nota técnica à redação do grupo Liberal se posicionando sobre o ranking do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).
No documento, a prefeitura argumenta que o município “possui extensão territorial maior que a Áustria, a Bélgica e a Suíça juntas, com quase 90% do seu território formado por terras indígenas e Unidades de Conservação federais e estaduais”. O documento cita dificuldades logísticas “para o efetivo combate aos ilícitos ambientais, entre os quais as queimadas e o desmatamento ilegal das florestas que refletem no aumento significativo de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), estão diretamente associadas à gigantesca dimensão territorial do município e a existência de muitas regiões de difícil acesso”.
A prefeitura afirma que tem se preocupado com déficit entre emissão e remoção de gases nos últimos anos, mas que em um espectro maior, os números são positivos. “Diante do cenário apresentado pelos levantamentos realizados pelo SEEG, o município de Altamira – PA, teve nos últimos 5 anos mais Remoção do que as suas Emissões (MtCO2e), reflexo da sua cobertura florestal que, segundo o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite – PRODES, equivalem a 89,1% do território do município, que corresponde a 159.533 km2. Cabe ressaltar, que o município de Altamira é hoje, o que mais realiza a Remoção de CO2 no Brasil.
Novo Progresso
O maior índice per capita do país é de Novo Progresso, com 580 toneladas de CO2 por ano, enquanto a média global anual é de 7 toneladas de CO2e por habitante. O município registrou, em 2019, o Dia do Fogo, uma ação coordenada por fazendeiros, empresários e produtores rurais para queimar áreas protegidas próximas à BR-163.
Municípios e emissões de gases do efeito estufa (dados em milhões de toneladas de CO2e):
- Altamira (PA) – 35,2
- São Félix do Xingu (PA) – 28, 9
- Porto Velho (RO) – 23,3
- Lábrea (AM) – 23,2
- São Paulo (SP) – 16,6
- Pacajá (PA) – 16,2
- Novo Progresso (PA) – 14,9
- Rio de Janeiro (RJ) – 13,8
- Colniza (MT) – 13,5
- Apuí (AM) – 12,5
- Novo Repartimento (PA) – 11,9
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